Polícia Civil busca indícios para confirmar versão de legítima defesa

Por: Claudio Costa

15/02/2018 - 05:02

A Polícia Civil continua as investigações do assassinato de Paulo Cesar Rodrigues, de 48 anos, para confirmar a versão de legítima defesa dada pela acusada de 45 anos, que não teve o nome revelado. O crime aconteceu na noite de sábado (10), no bairro Nova Brasília, em Jaraguá do Sul. De acordo com o delegado Evandro Luiz de Oliveira Abreu, a mulher foi liberada no dia do crime e nesta quarta-feira (14) a tipificação do crime foi alterada de lesão corporal grave para lesão corporal seguida de morte.

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A mudança significa que, apesar da agressão intencional com faca, a mulher não tinha a finalidade de matar Paulo Cesar. Abreu não deu muitos detalhes sobre o caso para não atrapalhar as investigações. Entretanto, o delegado revelou que a acusada contou em depoimento que houve uma luta corporal dentro da quitinete em que os dois moravam e que a facada foi dada durante uma discussão. Ao ser questionado sobre os antecedentes do casal, o delegado contou que nenhum dos dois têm passagens pela polícia.

“Ela alegou legítima defesa. O fato agora está sendo apurado para saber se houve essa legítima defesa ou não. As diligências estão sendo feitas para melhor esclarecer os fatos. Eu ouvi a versão dela, dessa suposta legítima defesa e todo o contexto. Eu a interroguei e depois liberei para responder em liberdade até chegar a uma conclusão de como o fato ocorreu”, comenta o delegado.

A Polícia Civil ainda aguarda o resultado do laudo cadavérico e deve tomar novos depoimentos para trazer os fatos que ocorreram no dia do crime. O trabalho de investigação deve durar cerca de duas semanas. A tipificação do crime pode voltar mudar, conforme a análise das circunstâncias.

CASAL DISCUTIA MUITO 

Um vizinho que não quis se identificar contou para a reportagem do jornal O Correio do Povo que o casal discutia muito. Ela costumava buscar Paulo na lanchonete nas proximidades da quitinete, na rua Venâncio da Silva Porto, mas naquele dia o casal estava bebendo junto. Naquela noite, os dois discutiram na lanchonete mesmo. Após a discussão, a mulher saiu do local e foi até a residência. A vítima saiu logo em seguida e aconteceu um novo desentendimento dentro da casa.

Cerca de dez minutos depois, Paulo voltou cambaleante. Ele estava ensanguentado, sangrando muito e, segundo testemunhas, tinha com um pequeno corte na barriga, nas proximidades do umbigo. De acordo com o delegado, nesse meio tempo, a acusada alegou que procurou ajuda dos vizinhos e, não tendo sucesso, fugiu logo em seguida. A vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Hospital São José, onde não resistiu ao ferimento e morreu.

A autora do homicídio foi convencida a se entregar pela Polícia Militar por telefone e levada para a delegacia. O corpo de Paulo foi levado para o Instituto Médico Legal e foi liberado entre o fim da noite de domingo e a madrugada de segunda-feira para ser enviado para São Paulo, cidade de origem da vítima.

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