O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) apreendeu dez fuzis e mais de 1,5 tonelada de cocaína pura durante uma investigação contra uma organização criminosa envolvida em ataques a carros-fortes e transportadoras de valores.
“O trabalho está dentro da nossa estratégia de combate ao crime organizado de inviabilizar a cadeia logística. Além da asfixia financeira, é retirar o poder de fogo dessas organizações, representando um impacto significativo para os criminosos”, disse o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, durante coletiva de imprensa realizada no Deic. “É uma ocorrência de extrema importância para nós porque tem um valor agregado essa apreensão realizada”, completou.
O bando era investigado há quatro meses pela 4ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat). Em junho, os policiais descobriram um endereço em Cordeirópolis que serviria para esconder armas e drogas para a organização criminosa. Na época, os agentes estiveram no endereço, mas o bando havia abandonado o local.
No decorrer das apurações, os policiais identificaram que a quadrilha mudou a rotina para evitar a localização do bando. No entanto, com o monitoramento de um dos investigados, os agentes chegaram até um sítio na cidade de Aguaí, a 200 quilômetros da capital paulista.
No domingo (6), o Deic montou uma operação policial e cercou o sítio. No endereço, três criminosos foram presos. Em um caminhão, havia um arsenal com dez fuzis um tipo AR 10, 6 FAL calibre 7.62, um AK calibre 7,62 e dois SIG ponto 30. Conforme os investigadores, três das armas possuem o brasão do exército da Bolívia, indicando que possivelmente foram desviadas. Além disso, os policiais acharam 325 munições de diversos calibres e 53 carregadores. No sítio, o trio também guardava cerca de 1,5 tonelada de cocaína pura. No exterior, a droga chega a valer R$ 120 milhões.
“O bando estava aproveitando a logística do transporte de drogas para carregar o armamento. No Brasil, as armas e as drogas eram pulverizadas para outras organizações criminosas”, indicou o delegado Fábio Sandrin. Os investigadores estavam no encalço dos criminosos há quatro meses. “Percebemos a movimentação deles na véspera e conseguimos identificar o imóvel que eles usariam para receber a mercadoria”, explicou.