“Podemos já afirmar que é o maior roubo, de maiores proporções, em SC”, ressalta delegado

Foto: Polícia Civil/Divulgação

Por: OCP News Criciúma

01/12/2020 - 19:12 - Atualizada em: 01/12/2020 - 19:21

Cinematográfico e de proporções históricas em Santa Catarina. Foram com essas palavras que o delegado Anselmo Cruz, da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), caracterizou a ação orquestrada da quadrilha que levou pânico em Criciúma na noite dessa segunda e madrugada desta terça no assalto à agência do Banco do Brasil, na área central da cidade.

O delegado se pronunciou, nesta manhã, em entrevista coletiva à imprensa, com demais autoridades, incluindo o governador Carlos Moisés.

Cruz disse que a segurança foi a principal preocupação no primeiro momento, seguida da coleta de materiais e, agora, o trabalho técnico de investigação e perícia. Ao menos, são 200 policiais civis envolvidos na elucidação do então oficialmente maior roubo de Santa Catarina.

“Hoje Criciúma é a cidade mais segura do estado, com toda essa mobilização policial. Já iniciou o trabalho de investigação deste, que podemos já afirmar, ser o maior roubo, de maiores proporções, em Santa Catarina. O anterior seria o do aeroporto, no ano passado, em Blumenau, uma ação extremamente violenta, porém a mobilização dos criminosos que ocorreu nesta madrugada se tornou algo inédito no estado diante do tamanho da ação”, exemplifica.

Armamento de guerra

Segundo a autoridade policial, a investigação aponta que, ao menos, são 30 criminosos e dez veículos, e um farto armamento pesado, como fuzis calibre 556 e 762, que já foram identificados.

“Além de algo que até para outros países ser inclusive inacreditável: um armamento calibre .50, de uso restrito das forças armadas. Já se identificou pelo menos uma arma usada durante a ação, capaz de perfurar blindados e ser usada como arma antiaérea”, disse.

Conforme colocou o delegado, o que a Polícia Civil já tem também absoluta certeza é de que a ação foi planejada com vários meses de antecedência.

“O roubo no aeroporto de Blumenau, por exemplo, começou a ser trabalhado pelos criminosos nove meses antes do acontecido, em março de 2019, e foi um roubo de menores proporções. Não tenho dúvida nenhuma de que a ação, que foi bem arquitetada, foi feita como muita antecedência, muito preparo, inclusive com investimento pelos criminosos por conta da logística toda usada. São grupos criminosos de fora do estado, pois não temos esse perfil de criminosos em Santa Catarina. Pode haver algum integrante, que seja efetivamente aqui do estado, mas sabemos que esse tipo de ação ela é proveniente de fora do estado, especialmente de São Paulo, não de facção criminosa, mas de indivíduos que são já assaltantes, alguns até conhecidos do mercado, e que provavelmente sejam responsáveis por algumas das ações mais violentas no Brasil nos últimos anos”, explanou.

Ele complementou que muitos acabam sendo presos, outros mortos em confronto pelo país, mas que ainda há um núcleo. Disse ainda sobre o cuidado com a investigação.

Trabalho meticuloso

“Assim como demorou tanto tempo para ser planejado, também precisa de um trabalho meticuloso, extremamente dedicado e demorado para que se possa dar uma resposta à altura. Não se pode querer que 30 assaltantes, que tenham planejado algo e se preparado durante meses, consiga-se uma resposta sobre aquilo que aconteceu em questão de horas ou em questão de poucos dias. Na mesma proporção do que foi preparado por eles, também é planejado e também é preparada a resposta agora na investigação”, concluiu, pedindo que denúncias, sobre qualquer movimentação suspeita, sejam feitas, de forma anônima, ao 190, da Polícia Militar, e ao 181, da Polícia Civil.

 

 

 

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