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PM apresenta protocolo run, hide, fight para autoridades de Jaraguá do Sul e região

Foto: Divulgação

Por: Claudio Costa

21/04/2023 - 06:04 - Atualizada em: 21/04/2023 - 06:50

O 14º BPM (Batalhão de Polícia Militar) apresentou na Amvali (Associação dos Municípios do Vale do Itapocu) o run, hide, fight. Ampliamente difundido nos Estados Unidos, o protocolo é utilizado no caso de ataque contra escolas.

A reunião contou com a presença do prefeito de Jaraguá do Sul Jair Franzner e de prefeitos da região da Amvali, além de autoridades do setor de educação. Durante o encontro, oficiais da PM deram detalhes do projeto traduzido para o português como fugir, esconder e lutar.

O projeto idealizado pela Polícia Militar busca dar enfrentamento para o terrorismo doméstico com múltiplas vítimas, como a ocorrência no Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, onde quatro crianças foram mortas por um homem e outras cinco ficaram feridas.

O subcomandante do 14º BPM, major Edson Jesus da Silva, explica que a Polícia Militar está preparando uma capacitação para os funcionários e alunos das escolas. Eles terão lições de como se portar em uma situação de ataque contra a instituição. “A ideia é atingir o máximo de professores e alunos possível. É importante salientar que a segurança nas escolas não é missão única da Polícia Militar. Nós estamos em um contexto onde existem outros órgãos de segurança e o próprio município. Não nos furtamos da nossa responsabilidade e já estamos tomando todas as medidas para que não aconteça na nossa região tais episódios”, comenta o oficial.

“Precisamos do apoio da comunidade, porque se não houver essa participação, fica difícil a entrada dos policiais nos colégios. Precisamos ser bem recebidos e que as nossas instruções são importantes para a segurança de todas as crianças. É importante deixar claro que não desejamos jamais que algo como o que aconteceu em Blumenau se repita”, completa.

A secretária de Educação de Jaraguá do Sul Emanuela Wolff, destaca que o município é parceiro da PM em vários projetos, na promoção do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à VIolência), palestras sobre bullying e comunicação não violenta.

“Todo treinamento para tornar os nossos profissionais mais preparados para qualquer tipo de situação adversa que venha a acontecer faz todo o sentido para nós. Então, isso vem a somar. A expectativa é conversar mais, porque há uma realidade diferente nos outros municípios da região. Nós temos 2.600 servidores só na educação. Se fizermos um treinamento desses, precisamos de um planejamento. Há toda uma complexidade para fazer essa organização”, explica a secretária.

De acordo com Fernando Alflen, gerente Regional de Educação de Jaraguá do Sul, houve uma redução de 25% no número de alunos no dia do ataque em Blumenau. A situação nas escolas estaduais está um pouco mais normalizada é há uma parceria com a PM para o reforço na segurança.

O governador Jorginho Mello determinou uma força-tarefa na Polícia Militar para garantir a segurança nas escolas em todo o Estado. Durante 60 dias, serão feitas mais rondas nas escolas, na saída e entradas dos alunos, até a contratação dos policiais militares da reserva para fazer a segurança efetiva das unidades.

“A gente não sabe se vai durar 30, 40 ou 60 dias. Até porque é um processo burocrático chamar os policiais militares da reserva e ver quem tem condições de retornar. A Secretaria de Administração e a Polícia Militar estão vendo um jeito de fazer isso o mais rápido possível. Porém, até lá, a ronda escolar está sendo aumentada em 200%. Ela sempre aconteceu, mas ocorria em locais com mais vulnerabilidade. Agora, acontece em todas as regiões, em todas as escolas. Os policiais passam três, quatro vezes e ficam mais tempo lá”, comenta Alflen.

O que é run, hide, fight?

Run/fugir: a primeira regra do protocolo é buscar se distanciar da ameaça o mais rápido possível. A comunidade escolar fica atenta a possíveis rotas de fuga dentro da unidade escolar.

Hide/esconder: a comunidade escolar aprende a se esconder do agressor, seja ele armado com uma faca ou uma arma de fogo. Elas podem se juntar em uma sala de aula e formar barreiras para evitar que o atirador ativo tenha acesso a elas, evitando assim que as pessoas sejam feridas, deslizar as luzes e dispositivos eletrônicos.

Fight/lutar: este passo que deve ser empregado como último recurso. Ou seja, a pessoa só deve lutar contra o agressor quando a vida dela ou de outras pessoas está em perigo eminente, utilizando inclusive objetos que estiverem disponíveis como arma.

 

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.