A PF (Polícia Federal) de Joinville pediu mais prazo à Justiça para concluir a investigação da queda de um helicóptero no bairro Paranaguamirim, zona Sul de Joinville. O acidente aconteceu na tarde do dia 8 de março, na servidão Adelina Roeder, uma lateral da rua Monsenhor Gercino. Na queda, das quatro pessoas que estavam na aeronave, três morreram e tiveram seus corpos carbonizados. São elas, o piloto Antônio Mário Aguiar, 57 anos, o auxiliar de pista Bruno Siqueira, 20, e o passageiro Ivan Alexsander Zurman Ferreira, 24.
Quer receber as notícias do Jornal de Joinville no WhatsApp? Clique aqui
O único sobrevivente, Daniel da Silva, 18 anos, deixou o Hospital Municipal São José, no início do mês de abril e foi transferido ao Presídio Regional de Joinville, uma vez que teve prisão decretada. Ele deu depoimento aos investigadores da PF, mas alegou que devido ao acidente, não se lembra de nada do que aconteceu naquele dia.
A investigação é complexa, e, por isso, a Polícia Federal poderá levar mais de um ano para concluí-la. A novidade está na confirmação de que o piloto do helicóptero Antônio Aguiar não contatou a torre de comando dos aeroportos de Curitiba, Joinville ou Navegantes, relatando quaisquer irregularidades ou situação perigosa, como um possível sequestro. A PF agora tenta descobrir o que ocasionou a queda, se houve de fato o sequestro, ou até uma briga dentro do helicóptero que possa ter contribuído para o acidente.
Houve sequestro?
Esta é uma das principais perguntas que a investigação da Polícia Federal de Joinville tenta responder. O que já se sabe é que, naquela tarde, Daniel da Silva, 18 anos, e Ivan Alexsander Zurman Ferreira, 24, procuraram a sede da empresa Avalon Táxi Aéreo, que fica em frente ao parque Beto Carrero World, em Penha. Lá eles contrataram um voo até Joinville. O objetivo declarado pelos rapazes era sobrevoar um terreno e retornar a Penha. Para isso, eles pagaram R$3.100 em dinheiro.
De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) a empresa não formalizou o contrato de locação. O voo seguiu até Joinville. Na cidade, o helicóptero plotado com logo do Beto Carrero World sobrevoou a região do bairro Parque Guarani, e da Penitenciária Industrial de Joinville, caindo instantes depois no bairro Paranaguamirim, há menos de dois quilômetros do complexo prisional. Duas armas foram encontradas nos destroços.
Daniel, tinha deixado recentemente o complexo prisional e seria integrante de uma facção criminosa. Esta é a principal informação que faz com que a polícia investigue se de fato Daniel e Ivan – que não tinha antecedentes criminais – planejavam trazer o helicóptero para Joinville com o intuito de fazer o resgate de um prisioneiro da Penitenciária.
O diretor da Penitenciária Industrial de Joinville e do Presídio Regional de Joinville negaram qualquer atividade suspeita ou tumulto nas unidades, naquele dia. Entretanto, o preso que supostamente seria resgatado foi transferido para outra unidade prisional.
Os delegados da Polícia Federal já interrogaram algumas pessoas, entre funcionários da empresa Avalon Táxi Aéreo, testemunhas que visualizaram a queda, o sobrevivente entre outros. Eles também descobriram que Ivan teria usado maconha, antes de embarcar no avião. O helicóptero que caiu não tinha caixa preta, equipamento que grava registros técnicos e conversas na cabine, durante o voo. Agora os investigadores aguardam os resultados dos exames cadavéricos das vítimas, e laudos do que restou da aeronave para tentar fechar o quebra cabeça e esclarecer o que de fato ocorreu. Também já se sabe que nos corpos das vítimas não haviam marcas de disparos de arma de fogo. Caso também é investigado pelo Seripa.
Leia mais:
Sobrevivente de queda de helicóptero em Joinville deixa hospital
Divulgada identidade do quarto ocupante de helicóptero que caiu em Joinville
Seripa divulga dados da investigação da queda de helicóptero em Joinville