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PF cumpre busca e apreensão em operação contra o tráfico internacional de drogas em Guaramirim

Foto: PF/Divulgação

Por: Claudio Costa

30/03/2023 - 14:03 - Atualizada em: 30/03/2023 - 16:38

A Polícia Federal cumpriu um mandado de busca em Guaramirim no âmbito da Operação Hinterland.

A ação é realizada em conjunto com a Receita Federal e conta com o apoio da Europol (Agência da União Europeia para Cooperação Policial), da SENAD/PY (Secretaria Nacional Antidrogas) e da Fiscalía, no Paraguai.

O objetivo é a repressão ao tráfico internacional de drogas da América do Sul para a Europa promovido por um organização criminosa estruturada em duas grandes empresas de logística marítima sediadas nos portos de Rio Grande (RS) e Itajaí.

Ao todo, 200 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal cumprem 17 mandados de prisão preventiva e 37 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, e em Assunção, no Paraguai.

Também são executados os sequestros de 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas e a proibição de expedição de GTAs (Guia de Trânsito Animal) por quatro investigados, totalizando a execução de 534 ordens judiciais.

Com as medidas executadas, a descapitalização da organização criminosa poderá chegar a R$ 3,85 bilhões, valor estimado das transações ilícitas identificadas durante o período da investigação.

A Operação Hinterland teve início em março de 2021, a partir de informações recebidas pela Polícia Federal de que 316 quilos de cocaína haviam sido apreendidos na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em dezembro de 2020, a partir do Porto de Rio Grande.

A investigação indicou que a droga produzida na Bolívia era remetida para o Brasil por um fornecedor paraguaio e ingressava no país por Ponta Porã (MS).

Posteriormente, a cocaína era transportada em caminhões até o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e armazenada nas próprias empresas da organização criminosa ou em depósitos próximos aos portos de Rio Grande e Itajaí. A droga era inserida em cargas regulares com a intervenção e coordenação da alta administração das empresas de logística, sem o conhecimento dos contratantes, proprietários das cargas lícitas (normalmente de insumos que poderiam mascarar a droga quando submetida aos controles alfandegários).

Já no continente europeu, o grupo comprador do entorpecente furtava a parte da carga regular que continha a cocaína para distribuição em diversos países da Europa.

Em dois anos de investigação, foi comprovado que a organização criminosa movimentou 17 toneladas de drogas que tinham como destino a Europa, sendo que 12 toneladas foram apreendidas.

Para a realização da Operação Hinterland, a Polícia Federal celebrou acordos de Cooperação Policial Internacional com a Alemanha e Paraguai, e acordos de Cooperação Jurídica Internacional com a França e a Alemanha, para execução das medidas.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.