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Pescadores desaparecidos de Joinville têm corpos encontrados no Litoral de SP

Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND

Por: Luana Maia

05/08/2024 - 16:08 - Atualizada em: 05/08/2024 - 16:49

Dois pescadores de Joinville tiveram seus corpos encontrados no Litoral de São Paulo.

Adolar Angel e Sérgio Ignowsky haviam desaparecido no dia 8 de julho e foram encontrados na última semana.

Adolar e Sérgio eram pescadores há mais de 50 anos e saíram para trabalhar em mar aberto.

A última vez que foram vistos foi próximo à Ilha da Paz, em São Francisco do Sul.

Entretanto, eles foram encontrados em Itanhaém e Cananéia, no Litoral de São Paulo.

Sérgio foi encontrado na terça-feira (30) em Itanhaém, a mais de 500 quilômetros de distância de São Francisco do Sul, de onde saiu para pescar com o amigo em uma manhã de segunda-feira.

Já Adolar foi encontrado na sexta-feira (2) em Cananéia, cidade que fica a, aproximadamente, 418 quilômetros do Litoral Norte catarinense.

“Às 18h20, eles disseram que estavam próximos à ilha, que o barco estava cheio e que voltariam devagar devido à chuva e às ondas fortes, mas depois disso não tivemos mais contato”, conta Jessica dos Passos Camargo, sobrinha de Sérgio.

“A nossa angústia maior era não encontrar nunca mais”, diz Rosane Engel, filha do seu Adolar.

Desaparecimento

Maria de Fátima Ferreira, esposa de seu Adolar, contou “não aceitava ele perdido lá no mar, eu dizia: ‘Senhor, manda ele de volta e manda para um anjo trazer ele para nós, não importa como ele vai vir’”, relembrando os momentos difíceis em que não tinha notícias sobre o marido.

Rosane contou que o pai foi encontrado por um grupo que estava em mar aberto pescando camarões.

“Quando avistaram, acharam estranho. No mesmo momento, eles enrolaram meu pai em uma rede de pesca, colocaram umas três bóias nos cantos e rebocaram o corpo até a beirada da praia”.

Ainda segundo Rosane, o corpo de seu Adolar foi encontrado por volta das 18h ou 19h, mas a família foi informada apenas às 2h da madrugada de sábado (3) por um dos responsáveis pelo resgate.

A filha pediu aos pescadores que enviassem uma foto para que ela pudesse identificar o pai.

“Eles disseram: ‘a gente não quer mandar foto porque está em um estado muito avançado de decomposição’. Com muita luta eles mandaram uma foto e eu já identifiquei ele”, relembra.

Rosane contou que os pescadores ficaram com o corpo de seu Adolar desde o momento que o encontraram até umas 9h de sábado quando o Corpo de Bombeiros Militar foi até o local para fazer a retirada do cadáver do local.

“Ficaram todas essas horas, todo esses momentos ali cuidando do restinho que tinha ainda do meu ali para não se voltar para a água”, contou Rosane, com gratidão à gentileza dos profissionais.

“Agora há pouco eu ainda conversei com um dos pescadores e falei assim: ‘Júnior, você é um anjo enviado por Deus, porque aquela angústia, aquela tristeza teve fim’. Aí ele ainda falou: ‘eu fiz por vocês o que eu faria por qualquer um, porque eu sou pescador. E se um dia for esse o meu fim, eu quero que alguém faça o mesmo pela minha família, porque sei que a minha família também vai estar angustiada’”, relembrou Rosane.

Seu Adolar e Sérgio eram pescadores experientes. “De repente, o tempo mudou, as ondas ficaram muitas altas, o vento ficou muito revolto. E ali só Deus sabe o que realmente aconteceu”, contou a filha de Adolar.

Rosane disse ainda que o pai foi encontrado sem a bota que usava, pois ela poderia ajudar a afundar devido ao peso.

“Para ver a experiência que ele tinha, ele tirou. E da forma que o corpo dele foi encontrado na água, de acordo com o que o Corpo de Bombeiros de lá [São Paulo] falou, ele ficou tentando nadar, ficou uns cinco dias vivo na água. Tudo indica que ele nem morreu afogado, ele morreu de hipotermia”, ponderou Rosane.

Os corpos dos pescadores ainda estão com a Polícia Científica de Registro e Santos, cidades de São Paulo.

Rosane vai até o Litoral paulista, na madrugada desta segunda-feira (5), para fazer a liberação do corpo do pai.

*Com informações de ND+*

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Luana Maia

Acadêmica de jornalismo e estagiária do OCP News