A chuva também causou estragos em Jaraguá do Sul, nesta segunda-feira (18). O pedreiro Paulo Dias Francisco, 67 anos, estava dormindo e acordou ao ouvir um grande estrondo. Por volta das 2h, uma enorme pedra caiu e bateu na parede lateral da sua casa, na rua Domingos Rosa, no bairro Boa Vista.
O filho de Paulo, o servente Mario Francisco, de 33 anos, teve os planos de se mudar para a casa do pai interrompidos pelo ocorrido. “Foi um susto bem grande. Você pode ver que a pedra empurrou a parede e a cama dele. Se tivesse caído em cima, tinha se machucado. Graças a Deus não aconteceu nada”, conta Mario.
Paulo e a mulher agora estão abrigados na casa da filha, no bairro Água Verde. A casa ficou parcialmente destruída, pelo menos dois cômodos foram diretamente atingidos e a estrutura do imóvel ficou abalada.
Duas paredes foram deslocadas com a força da queda da pedra. Mario conta que o pai foi diversas vezes na Prefeitura para reclamar da pedra e chegou a receber a promessa de que um muro de contenção seria construído, mas nunca teve o pedido atendido.
Ainda na rua Domingos da Rosa, outro imóvel ficou à beira de desmoronar. A cozinheira Franciele Aparecida Rosa Casas, 29 anos, levou um susto no início da manhã. Cerca de cinco metros do terreno à frente da sua casa desbarrancaram. Após ouvir um grande barulho, ela levantou e olhou pela janela. Não havia mais nada na frente da casa que mora com as quatro filhas, com idades entre 11 e três anos.
“Eu chamei as meninas e a minha sogra. Depois, liguei para a Defesa Civil e eles disseram que a gente não podia mais ficar na casa. Agora, nós vamos esperar a Defesa Civil dizer se a gente pode voltar”, descreve, ao relatar que um pé de abacate caiu sobre um poste e o local está sem energia elétrica.
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Casa ficou a ponto de desmoronar junto com o barranco no bairro Boa Vista | Foto: Eduardo Montecino/OCP News
Alagamentos em diversos pontos da cidade
Durante a manhã, os moradores da rua Herberto Enke, na Barra do Rio Cerro, ainda esperavam o volume do rio da Luz baixar. Á água não chegou a entrar nas residências mais afastadas, mas cobriu um metro da casa em que a auxiliar de serviços gerais Osni Oliveira, 40 anos, e outras nove pessoas moram no fim da rua.
“Era umas 4h, nós acordamos e a água já estava na rua. Quando nós saímos, já estava na metade das pernas. A água cobriu cerca de um metro e até a gora a gente não conseguiu entrar em casa. Não tem previsão pra gente entrar, quem sabe de tarde. Já baixou bastante, mas com criança não dá pra arriscar descer”, frisa.
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Moradores da rua Herberto Enke, na Barra do Rio Cerro, aguardavam a água baixar durante a manhã | Foto: Eduardo Montecino/OCP News
Um pouco mais à frente, no bairro Rio da Luz II, na rua Eurico Duwe, a água do rio chegou a fechar a via durante duas horas. Mecânico de uma indústria têxtil, Fernando Klein, 31 anos, está acostumado com a situação e relatou que nem ônibus conseguia atravessar o trecho alagado.
“Minha cunhada foi trabalhar às 6h15 e não passava nada. Havia um grande volume de água, que demorou a baixar, pois ela conseguiu pegar o ônibus só por volta das 8h15”, lembra. Também foram registrados alagamentos nos bairros Rio Cerro I, Rio Cerro II, Parque Malwee e Garibaldi.
Ainda durante a manhã, a Defesa Civil de Jaraguá do Sul comunicou que a rua Alfredo Gielow, que liga a rua Amandus Rengel à Rodovia SC-110, no Rio Cerro I, está interditada. O motivo foi a ponte de madeira sobre a via ter sido carregada pela água. A ocorrência foi registrada na Defesa Civil Nacional, que vai encaminhar um kit da Defesa Civil Estadual para substituir a estrutura no local.
Não há previsão de quando o tráfego nessa via será restabelecido. Enquanto isso, as opções de acesso entre a rua Amandus Rengel e a SC-110 são as ruas Leopoldo Schunke (próximo à Sociedade Alvorada) e Virgilio Demarchi (perto da empresa Nanete Malhas).
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