Pai fala sobre caso de idosa que ameaçou jogar água fervendo em criança em Jaraguá do Sul

Por: OCP News Jaraguá do Sul

03/02/2018 - 14:02 - Atualizada em: 03/02/2018 - 14:51

Um conflito de gerações tem causado muita discussão entre os moradores do condomínio Amizade, localizado na rua Artur Günther, em Jaraguá do Sul. O último episódio dessa história foi marcado por uma ocorrência policial. Na última quarta-feira (31), a Polícia Militar foi chamada no conjunto de apartamentos do bairro Amizade por Anderson Luis da Rosa, 31 anos, após sua filha de nove anos ser ameaçada por uma mulher de 64 anos. A idosa disse que iria jogar água fervendo na menina. Um termo circunstanciado foi assinado por ambas as partes.

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“O condomínio tem uma quadra, uma área comum para o lazer das crianças. A minha filha foi pegar água, mas a senhora não me viu. A senhora começou a gritar que iria jogar água fervendo na cara da minha filha e estava com um objeto na mão. Eu achava que era só uma história das crianças do condomínio, mas eu vi. Eu chamei e ela desceu. Depois, eu chamei a polícia. Aí, começou a surgir os relatos e tem até um guri que ela jogou (água) e não acertou”, conta Rosa, ao mencionar que ela negou ter gritado com a criança.

O pai conta que o síndico do condomínio está tentando diminuir a história, com o pretexto de que é apenas uma briga entre vizinhos. Ele mora há cerca de três meses no condomínio, mas explica que houve outros relatos de atritos com a senhora acusada de ameaçar a criança. “Como eu vou me sentir se eu não denunciar? O meu medo é que isso realmente aconteça com uma das crianças aqui do condomínio. Isso pode estragar e muito a vida de uma criança”, questiona.

Condomínio Amizade, localizado na rua Artur Günther, em Jaraguá do Sul | Foto Eduardo Montecino/OCP

Segundo Eliane Conceição Evangelista, 36 anos, que mora há quatro anos em um dos apartamentos, a situação é recorrente. “A gente já entrou com um processo contra ela e nós temos uma audiência no próximo dia 22. No ano passado, ela ameaçou jogar água quente na minha filha e na minha sobrinha, de nove e 10 anos. Ela se incomoda com qualquer horário. Se você for às 13h ou às 15h, a senhora vai se incomodar. A presença das crianças é o que incomoda”, relata Eliane, que ressalta que outros moradores idosos também se incomodam com as brincadeiras.

Kéli Cristina Szabelski, 30 anos, conta que desde que veio morar no apartamento que adquiriu no condomínio, há um ano e seis meses, tem problemas de convivência com a moradora por causa das duas filhas, de oito e 14 anos. “As crianças não podem brincar no parquinho e não podem brincar na quadra. Uma senhora me ligou e me xingou após dizer que queria dormir ao meio-dia e que não queria as crianças no parquinho. Eu respondi que das 7h às 19h, as minhas crianças eram livres para brincar. Se ela não puder brincar nesse horário, em qual horário ela vai brincar? Onde elas vão brincar? O parquinho e a quadra são os locais destinados para isso”, enfatiza.

IDEAL É PROCURAR O DIÁLOGO, DIZ DELEGADA 

Apesar de não ter conhecimento do caso, já que os termos circunstanciados são remetidos diretamente à Justiça, a delegada Milena de Fátima Rosa, titular da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), explica que nada justifica uma ameaça desse tipo. De acordo com Milena, foi certa a atitude do pai de chamar a Polícia Militar e fazer um termo circunstanciado.

“Ela precisa entender que não pode fazer essa ameaça e nem cumprir com esse intento criminoso. Independente da idade dela, a idosa vai responder por esses fatos porque pela idade dela apenas prazos prescricionais são reduzidos. Os crimes praticados por idosos não têm nenhum outro benefício. O importante é tentar uma convivência comum. Os pais orientarem as crianças para respeitarem o volume de sons, sabendo que há idosos no local. E a convivência mútua através da conversa, não chegando ao ponto de chamar a Polícia Militar em razão de ameaças desse tipo”, conta Milena.

A equipe do jornal O Correio do Povo tentou entrar em contato com a idosa acusada de fazer as ameaças. Mas as ligações via interfone não foram atendidas. O síndico também foi procurado por telefone, mas não atendeu as diversas ligações realizadas.

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