Pai e filha acusados de homicídio qualificado contra Luís André Alves, de 24 anos — genro e marido dos réus, respectivamente, serão julgados pelo Tribunal do Júri às 13h desta terça-feira (25), na Comarca de Jaraguá do Sul.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu por volta das 18h do dia 20 de setembro de 2020, na Estrada Expedicionário Alvino Hornburg, no bairro Rio da Luz, quando a vítima se preparava para tomar banho.
De acordo com a denúncia, a mulher teria efetuado um disparo com uma arma de fogo artesanal, enquanto o pai utilizou uma arma branca contra Luiz André, que não resistiu aos ferimentos.
Ainda conforme o MP, o crime teria sido cometido por motivo torpe, com o objetivo de encerrar o relacionamento conjugal da mulher e impedir que a vítima tivesse acesso aos bens do casal, além de ter sido praticado mediante recurso que dificultou a defesa do homem.
Autores confessaram o crime
No início, os investigadores trabalharam com a hipótese de execução por dívida de drogas envolvendo uma facção criminosa. Essa versão foi apresentada pela companheira da vítima e por familiares.
Em entrevista ao OCP na época dos fatos, o delegado Diones de Freitas destacou que a mulher e uma irmã relataram que três homens teriam chegado à residência e cometido o crime.
“A versão teve o intuito de induzir os investigadores a traçar uma linha de investigação em que os executores eram de Canoinhas. Porém, durante as investigações, por meio de diligências e principalmente pelas contradições dos familiares ouvidos, percebemos que tudo isso não passava de uma falácia, com o objetivo de se esquivar de uma responsabilização criminal”, afirmou o delegado.
Com novos depoimentos, os investigadores conseguiram esclarecer o que ocorreu naquele dia.
“A vítima vestia apenas uma cueca quando foi alvejada. Ele provavelmente estava saindo do quarto quando foi atingido pela companheira, com um disparo de arma de fogo. O pai, para garantir o êxito da empreitada, desferiu a facada — ação que acabou causando o óbito”, contextualizou.
Natural de Canoinhas, a vítima tinha 24 anos e este foi o primeiro homicídio registrado em Jaraguá do Sul no ano de 2020. A polícia informou na época que o crime ocorreu com a própria arma da vítima.
Luís estava em liberdade provisória da Unidade Prisional Avançada de Canoinhas e possuía passagens por furto, rixa, lesão corporal contra criança e maus-tratos.
A mulher e o pai dela, de 23 e 53 anos na época, foram indiciados pela autoria do homicídio.