Começou na tarde de quinta-feira (23), o julgamento do padre acusado de pedofilia no Norte catarinense. Investigações apontaram que Marcos Roberto Ferreira, de 37 anos, abusou de pelo menos cinco garotos. Ele foi preso no dia 9 de junho em Joinville. Os meninos contaram sobre os abusos aos pais que denunciaram à polícia. Conforme a Polícia Civil, os crimes vinham acontecendo há cerca de dois anos.
Mais de 20 testemunhas devem ser ouvidas nos dois dias de julgamento. As investigações apontaram que o suspeito se aproveitava da condição de padre para se praticar os atos contra os adolescentes. O padre está preso desde 9 de junho deste ano na Unidade Prisional Avançada (UPA) de São Francisco do Sul. A sentença deverá ser pronunciada no início da noite desta sexta-feira (24). Se for condenado o padre poderá pegar de 6 a 10 anos de prisão.
O padre teria cometido abusos contra garotos, entre 12 e 14 anos, que frequentavam a Paróquia Santa Paulina, em São Francisco do Sul, e a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Joinville, para a qual foi transferido em 20 de abril. Ambas estão localizadas em Santa Catarina. O caso foi descoberto no fim de maio, quando o pai de uma das vítimas recebeu um pedido de ajuda do filho pelo aplicativo WhatsApp, na qual o menino dizia que tinha sido “judiado” pelo padre. Ferreira teria levado o garoto, de 13 anos, e outros quatro menores de idade para dormir no mesmo quarto que ele durante um retiro religioso em Joinville.

Criança enviou pedido de ajuda ao pai por meio do celular Foto: Reprodução/Polícia Civil
Assim que tomou conhecimento das denúncias, no final de maio de 2017, a diocese de Joinville decretou a suspensão do padre, conforme prevê o Código de Direito Canônico e orienta o Papa Francisco. Além disso, abriu também um processo de investigação interna para apurar o caso. Marcos Ferreira foi transferido da paróquia Santa Paulina, de São Francisco do Sul, para a Sagrado Coração de Jesus, de Joinville, por motivos administrativos. “A transferência não teve nenhuma relação com as denúncias, já que a Cúria não tinha recebido até então nenhum tipo de denúncia ou suspeitas a respeito do referido padre”, diz nota da diocese.