A soldado PM Caroline Plestch e a vereadora Marielle Franco certamente não se conheciam. Em comum, apenas o fato de serem mulheres e que foram executadas a sangue frio. A exemplo da vereadora carioca, a repercussão nas redes sociais no caso Caroline aumenta a cada minuto. E o mais lamentável: já surgem as primeiras postagens na tentativa de transformar Caroline em uma espécie de contraponto a Marielle.
Leia mais:
– Policial Militar de Santa Catarina é assassinada em Natal
– Assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, repercute em Florianópolis
Pergunte às mães de ambas se elas estão preocupadas com a discussão entre direita e esquerda no sanatório geral que virou o Brasil. Neste momento, estão chorando a morte de suas filhas. Duas jovens lindas, uma negra e ativista social, outra branca e policial militar. Certamente ambas cheias de sonhos. Hoje são apenas estatística de uma nação que mata 12 mulheres por dia. De um país que registra 135 casos de estupro a cada 24 horas. Quem puxou o gatilho na execução de Marielle ou de Caroline não estava nem aí para coxinhas ou mortadelas. Ele só tinha certeza de uma coisa: da mais absoluta impunidade. Esse é o combustível da violência no país.
Aguarda-se com a máxima urgência que os autores de ambos os assassinatos sejam presos e levados a julgamento. O problema é que em pouco tempo estarão nas ruas novamente.
É preciso que se revise urgentemente o código penal brasileiro. Chega de tantos recursos. É preciso tolerância zero contra a violência. Porque os criminosos não disparam contra ideologia política. Eles matam mulheres como Marielle e Caroline. E atingem em cheio o coração de uma nação que chora a morte de suas filhas.
*Reportagem de Rafael Martini