Operação contra o tráfico é acompanhada de orientação social na Vila União

Por: Schirlei Alves

03/05/2018 - 09:05 - Atualizada em: 03/05/2018 - 09:53

Uma mulher e dois homens foram presos em uma operação da Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (03), na Vila União, no Norte da Ilha. O trio foi preso em flagrante por porte ilegal de arma. Outros 19 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na comunidade.

Segundo a polícia, foram apreendidas cerca de 100 munições de calibre restrito e um carregador de arma automática, além de algumas pequenas porções de drogas e anotações que seriam relacionadas ao tráfico de drogas.

A operação foi desencadeada a partir de investigação realizada pela Divisão Especializada de Combate ao Narcotráfico (Denarc). A apuração identificou casas de traficantes e moradores que foram ameaçados e forçados a abandonar as próprias casas.

Segundo a polícia, após as buscas, os moradores foram informados sobre projeto social envolvendo crianças e adolescentes que ocorre na Academia de Polícia (Acadepol).

“Essa aproximação com a comunidade é para mostrar que o tráfico não é única opção. Esse é um local emblemático no Norte da Ilha”, disse o Delegado Anselmo Cruz, do Denarc.

O projeto em parceria com o Município recebe 30 jovens todos os dias, que participam de atividades de socialização no contraturno da escola. Conforme a polícia, o trabalho consiste em apresentar aos adolescentes com idades entre 14 e 17 anos outras possibilidades para o enfrentamento da violência. Eles participam de atividades que os envolve no mundo do trabalho, tecnologia, esporte e atividades culturais, além de apoio psicológico.

Há dois dias, na última terça-feira (1), um adolescente de 17 anos e um jovem de 24 anos foram mortos em operação da Polícia Militar, na mesma Vila União. A PM alega que as mortes teriam ocorrido em confronto. Na ocasião, duas pistolas foi apreendida.

A comunidade é uma das que mais sofre com a falta de investimento público. A reportagem do OCP News esteve na Vila União no mês passado e mostrou que quatro dos cinco equipamentos públicos estão abandonados e sem serviços. Os moradores relataram que têm medo das facções e da polícia e esperam que as crianças sejam o foco das políticas para mudarem a história da vila, marcada pela violência.

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