O primeiro médico condenado na Operação Venefica vendia protocolos medicamentosos sem comprovação técnica e óleo de canabidiol.
Porém, um dos pacientes de Joinville relatou fortes alucinações após usar a substância.
Conforme a investigação, o óleo seria adquirido de um traficante da região.
Geralmente utilizado para minimizar efeitos ou dores de doenças, como Alzheimer, epilepsia e câncer, o óleo de canabidiol deve ser importado e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de entrar em alguma formulação.
Isso porque a substância deve passar por um controle de qualidade para comprovar a dosagem de THC (tetrahidrocanabinol) na composição, que não pode passar de 2%.
Encontrado na cannabis, o THC é encontrado é responsável pelos conhecidos efeitos alucinógenos da maconha.
A investigação do caso apontou que, mesmo com o relato do paciente, a perícia não conseguir verificar a quantidade de THC na composição do óleo.
Na clínica do médico condenado foram encontrados diversos frascos do óleo de canabidiol.
Segundo apuração da investigação, o produto seria feito na região de Joinville sem o cuidado necessário para a manipulação.
Foram apreendidos todos os óleos encontrados na clínica, anabolizantes e lista das pessoas que compraram produtos no estabelecimento.
Por causa desta nova descoberta, o médico recebeu a adição da pena o crime de tráfico de drogas.
Ao todo, ele deve cumprir 38 anos, um mês e 15 dias de reclusão em regime fechado e mais seis anos em regime semiaberto.
A Operação Venefica já denunciou 22 pessoas que, juntas, somam mais de 500 crimes praticados.
O Ministério Público de Santa Catarina continua as investigações do caso, que envolve comércio irregular de medicamentos (venda de produtos adulterados, impróprios e/ou sem respeito às normas sanitárias), falsidade ideológica e exercício ilegal da Medicina.