Oficial de cartório denunciado pela morte da namorada é preso em Imbituba

Modelo gaúcha Isadora Viana Costa, 22 anos, foi morta na casa do namorado | Foto Reprodução

Por: OCP News Jaraguá do Sul

16/07/2018 - 20:07 - Atualizada em: 16/07/2018 - 21:00

O oficial de cartório Paulo Odilon Xisto Filho, 36 anos, denunciado pelo Ministério Público pela morte da modelo Isadora Viana Costa, 22 anos, que era sua namorada, foi preso nesta segunda-feira (16). A polícia cumpriu o mandado de prisão expedido pelo Juízo da 2ª Criminal de Imbituba.

De acordo com a Polícia Civil, o crime ocorreu em 8 de maio no apartamento do rapaz. A namorada, que é natural de Santa Maria (RS), estava em Imbituba para passar o fim de semana com o oficial de cartório. O laudo pericial indicou que Isadora morreu em função de um trauma abdominal no início da manhã, quando apenas a vítima e o acusado estavam no local do crime.

Paulo Odilon vai responder por feminicídio (qualificadora do homicídio). Ele também foi denunciado por posse ilegal de acessório de uso restrito para arma de fogo.

Segundo o MP, desde que começou a conviver com o namorado, Isadora constatou que ele era usuário de cocaína, drogas sintéticas, bebidas alcoólicas e remédios controlados. A vítima também percebeu, e confidenciou a amigas, que nos momentos em que ele estava sob efeito de drogas se tornava agressivo e descontrolado.

Na madrugada do dia 8 de maio, Isadora acreditou que o namorado estivesse passando mal. Paulo Odilon espumava pela boca. Desesperada, Isadora decidiu chamar a irmã do namorado para socorrê-lo. Ocorre que o oficial de cartório escondia da família que era viciado em drogas.

Atendendo ao chamado de Isadora, a irmã de Paulo Odilon, acompanhada do noivo, foi até o apartamento do irmão por volta das 6 horas da manhã. O denunciado, trancado no quarto, não atendeu aos chamados da irmã. A porta foi arrombada. Após constatar que Paulo Odilon estava bem, a irmã e o noivo foram embora. Assim que saíram, o oficial de cartório teve uma explosão de fúria.

Como tentava esconder da família o vício, Paulo Odilon ficou furioso com a namorada pelo simples motivo de ela ter chamado a irmã para socorrê-lo.

Porte físico avantajado, forte e lutador de artes marciais, o oficial de cartório surpreendeu Isadora e a imobilizou lhe desferindo diversos golpes no abdômen.

“O médico legista concluiu que as lesões traumáticas encontradas no abdômen da vítima, como laceração de vasos abdominais e laceração hepática, foram decorrentes de ação mecânica de alto impacto contra o abdômen e provavelmente repetitiva, compatíveis com múltiplos chutes, joelhadas e socos”, escreveu a Promotora de Justiça na ação.

Após matar a namorada, Paulo Odilon solicitou atendimento ao Corpo de Bombeiros. “Ao invés de acompanhar a vítima, que não tinha nenhum familiar ou amigo na cidade, até o hospital, o denunciado Paulo Odilon permaneceu em sua residência, a fim de ocultar provas, dificultando o trabalho de investigação”, sustenta a Promotora de Justiça Sandra Goulart Giesta da Silva.

Amiga é denunciada por alterar cena do crime

O oficial de cartório foi para o hospital após modificar a cena do crime. Lá encontrou uma amiga e a entregou a chave do apartamento para que ela tirasse o lençol sujo. A amiga, que também foi denunciada, levou o lençol e garrafas de bebida alcoólica.

Diante das evidências que a morte da vítima se tratava de um homicídio, a Delegacia de Polícia requereu a expedição de mandado de busca e apreensão na residência do denunciado. No dia 14 de maio de 2018, foram apreendidos um prato e três canudos de plástico com vestígios de cocaína, bem como duas toalhas, duas camisetas e quatro pedaços de panos com vestígios de sangue, dois deles já estavam lavados e dois ainda estavam de molho em um balde com água.

Além disso, foram apreendidos uma espingarda, 80 munições de calibre 12 e 66 munições calibre .380. Uma pistola Glock, número NKY614, calibre .380 foi entregue posteriormente à polícia. As armas estavam com os registros vencidos. Também foram apreendidos uma mira à laser para uso em arma de fogo, fabricada na Argentina.

Contraponto

O advogado de defesa do denunciado, Aury Celso Lima Lopes Júnior, não concorda com a acusação e alega que tudo foi um “grande equívoco”. O defensor sustenta que ocorreu uma fatalidade decorrente do uso excessivo e acidental de entorpecentes.

*Com informações do Ministério Público e da Polícia Civil

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Publicação da Rede OCP de Comunicação