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MPSC orienta consumidores para que verifiquem histórico de preços dos produtos promocionais da Black Friday

Foto: @un-perfekt/Pixabay

Por: Claudio Costa

28/11/2024 - 06:11

A chamada Black Friday é uma data comercial estabelecida nos Estados Unidos que caracteriza o início da temporada de compras de Natal naquele país, sendo marcada pelas tradicionais promoções que aquecem o comércio. O forte apelo comercial da campanha americana provocou sua inserção também no mercado brasileiro, que incorporou a data como uma das principais oportunidades de compras com preços baixos.

Entretanto, nem todas as ofertas são exatamente “imperdíveis”, como falam os anúncios. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) alerta os consumidores para que fiquem atentos em relação aos preços e os comparem aos preços anteriores como forma de garantir que a oferta seja realmente vantajosa.

 

 

O Coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do MPSC, Promotor de Justiça Leonardo Cazonatti Marcinko, reforça que é preciso ter o máximo cuidado com as ofertas anunciadas nesse período, visto que a ideia repassada pela Black Friday é a de que todos os produtos estão muito abaixo do mercado, o que, segundo ele, não é verdade. Marcinko explica que muitas empresas costumam elevar os preços dos produtos antes da data para que possam anunciar uma posterior redução de preços como promoção, entre outras práticas que acabam levando o consumidor a adquirir produtos por valores que não condizem com o propósito da campanha.

“Uma dica importante para os consumidores é o uso de ferramentas disponíveis na internet que permitem monitorar e analisar o histórico de preços de um determinado produto. Dessa forma, o cidadão pode constatar se realmente existe uma promoção daquele item ou se a oferta não passa de uma enganação, uma jogada de marketing fraudulenta. É fundamental que os consumidores adquiram o hábito de buscar informações além da propaganda que lhes chamou a atenção, verificando sempre mais de uma fonte de pesquisa”, destaca Marcinko.

O Promotor de Justiça ressalta que existem diversos sites e aplicativos disponíveis para consulta, monitoramento e comparação de preços. Em alguns casos, dependendo da ferramenta utilizada, é possível acessar o histórico de preços de um produto nos últimos seis meses, por exemplo.

O consumidor pode, inclusive, estabelecer um “alerta de preço”, para ser avisado quando determinado produto alcançar um valor satisfatório para compra. “Para consumidores que buscam seus produtos na internet, a grande vantagem é poder acessar vários locais ao mesmo tempo e comparar os preços, garantindo mais segurança em relação às ofertas”, orienta.

Outros cuidados importantes

Além de buscar informações em diferentes sites, ação que pode evitar decepções e surpresas com a compra, o consumidor deve estar atento a outras práticas fundamentais para evitar incômodos na hora de gastar o seu dinheiro. Uma delas diz respeito aos detalhes constantes nas ofertas que geralmente estão nas entrelinhas. Muitas vezes, instruções importantes sobre descontos e formas de pagamento diferenciadas estão quase ocultas em pequenas legendas no interior dos anúncios. Um bom exemplo são as compras parceladas, que podem variar de preço conforme o número de parcelas e a forma de pagamento. Observe o valor das parcelas antes de consolidar a transação.

Também é recomendado que o consumidor analise atentamente as características técnicas do produto para garantir que estejam de acordo com o item visto na propaganda. Detalhes como tamanho, cor, compatibilidade com a rede elétrica e acessórios inclusos devem ser confirmados antes.

O próprio frete cobrado pelo fornecedor, se não verificado com antecedência, pode frustrar a expectativa de desconto esperada pelo consumidor. Por fim, uma boa maneira de conhecer melhor a procedência do produto e a do próprio fornecedor é conferir os comentários de compradores anteriores.

“Vale destacar, ainda, a importância de se assumir uma postura consciente em relação ao apelo desenfreado pelo consumo, que é a base de campanhas comerciais como a Black Friday. Além dos cuidados com os riscos de se cair em ciladas como falsos descontos, o consumidor deve refletir sobre a real necessidade da compra e sobre o impacto desta sobre seu orçamento. Mesmo quando se deparar com uma boa oferta, é preciso avaliar se ela realmente cabe no bolso ou se pode levar ao desequilíbrio financeiro”, alerta Leonardo Marcinko.

O Ministério Público de Santa Catarina vem atuando no combate a práticas ilícitas na área do consumidor, com ações efetivas desempenhadas pelas Promotorias de Justiça em outras edições da Black Friday. Destaque para a ação civil pública ajuizada pela 6ª Promotoria de Justiça de Balneário Camboriú acerca do tema, bem como o inquérito civil instaurado pela 29ª Promotoria de Justiça da Capital, para apurar prática abusiva de uma grande empresa esportiva, relacionada à entrega de produtos fora do prazo estabelecido.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.