O Ministério Público Federal de Minas Gerais (MPF-MG) está investigando o grupo Faveni, que tem faculdades em todo o Brasil, por suspeita de irregularidades, incluindo a venda de diploma de graduação e pós-graduação.
Um ex-professor do grupo foi quem fez a denúncia para deputados federais, que entraram com uma representação no MPF-MG. A representação também foi enviada ao Ministério da Educação (MEC).
Há a suspeita de que as faculdades tenham emitido certificados a alunos matriculados sem que o curso estivesse autorizado pelo Ministério da Educação. Na denúncia, constam áudios de reuniões com funcionários e documentos apresentados pelo ex-professor, que preferiu não ser identificado com receio de sofrer represálias.
Entrega de diploma em um mês
O MPF também investiga se o grupo fazia a entrega de diploma em até 30 dias aos acadêmicos de graduação e pós-graduação, já que, segundo o ex-professor, a instituição oferecia a emissão do diploma caso o estudante pagasse todo o curso à vista. O aluno, então, não precisaria cumprir nenhuma formalidade, como provas ou entrega de trabalho de conclusão de curso (TCC).
Nas redes sociais, o grupo faz a divulgação de cursos de pós-graduação com prazo de dois anos, mas com entrega do diploma prevista em seis meses.
Em um dos áudios apresentados na denúncia é possível ouvir uma funcionária, apontada como a número 2 na hierarquia do grupo, dizendo que o MEC não fiscaliza os cursos de pós-graduação como os de graduação.
O MPF também vai apurar a entrega de certificado para estudantes de cursos de ensino à distância que ainda não eram autorizados pelo Ministério da Educação, pois, de acordo com a denúncia, os cursos em questão eram autorizados somente no formato presencial.
Emissão ilegal de certificado para funcionários
O grupo também teria emitido diplomas de pós-graduação para professores sem que eles tivessem feito o curso, o que teria ocorrido antes de uma visita de fiscalização do MEC. O intuito era que os currículos dos professores estivessem em “conformidade com os padrões e requisitos estipulados” pelo ministério.
Sobre o grupo Faveni
Em seu site oficial, o grupo diz ter nove faculdades, mais de 500 mil alunos e 300 polos espalhados pelo Brasil. E ex-professor afirma, ainda, que uma parcela dos alunos é formada por servidores públicos, que precisam de um diploma para serem promovidos, e por pessoas que querem entrar para o funcionalismo público.
De acordo com reportagem publicada no UOL, o grupo foi procurado, mas não respondeu aos pedidos de esclarecimento.