O menino que foi agredido em uma escola de Mafra teve alta no fim da manhã desta quinta-feira (12). O garoto de oito anos foi internado no Hospital Infantil de Joinville após ser agredido por colegas na Escola de Educação Básica Tenente Ary Rauen, no bairro Vila Ivete. Segundo a mãe, Tatiane de Assunção de Souza, a criança sofre bullying e é vítima de racismo por ser negro.
A família se mudou para a cidade localizada o Planalto Norte do Estado há um ano com o sonho de uma vida nova, mas o garoto não encontrou um ambiente educacional acolhedor e voltava sempre chorando para casa. Desde quando ele entrou na escola, falavam que chamavam ele de neguinho, neguinho feio. Era mais disso que ele reclamava sobre o racismo”, conta.
A mãe conta que foi diversas vezes na escola para pedir ajuda, mas nada mudou. O preconceito acabou virando agressão física. Na saída da escola, a criança apanhou e um colega de classe, que também estuda no terceiro ano. O desentendimento aconteceu durante um jogo de futebol. Em casa, depois de urinar sangue, ele foi levado para o Pronto-atendimento de Mafra. “Na hora do recreio, todos estavam jogando bola. Ele deu um chute na barriga do meu filho e chegou em casa urinando sangue. Ele acabou tendo uma lesão no rim”, explica Tatiane.
A agressão não foi a única situação de perigo que o menino de oito anos sofreu na escola. Anteriormente, ele foi ameaçado com um estilete dentro do banheiro da unidade. O agressor tem o dobro da idade da vítima. A mãe fez um boletim de ocorrência na época e registrou novamente o caso na Polícia Civil. A dona de casa denuncia a escola por negligência. Ela conta que foi desencorajada a registrar o acontecimento.
“Eu fui na direção e eles falaram que eu estava me excedendo, que não era um estilete. Eu falei que o meu filho sabe o que é um estilete e registrei o BO. Então, eles falaram que não havia necessidade de registrar isso porque era só uma brincadeira de um menino grande contra uma criança pequena”, lembra, ao ressaltar que vai mudar o filho de unidade escolar, mesmo morando perto da escola. Uma conselheira tutelar esteve no hospital e repassou o caso para o Conselho Tutelar de Mafra.
Por meio de nota, a direção da escola disse que trabalha para combater o bullying através de palestras e o teatro. A escola também segue um plano pedagógico, que consiste em advertências verbais, escritas e o encaminhamento ao Conselho Tutelar nos casos de agressão. Quanto à situação do estilete, os pais do jovem foram chamados ao Conselho Tutelar e a Polícia Militar foi chamada. Um boletim de ocorrência também foi feito na época.
Com informações da RICTV Record.
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