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Megaoperação investiga fraudes bilionárias no mercado de combustíveis em SC e mais seis estados

Foto: Divulgação/Gaeco

Por: Gabriel JR

28/08/2025 - 09:08 - Atualizada em: 28/08/2025 - 09:32

Na manhã desta quinta-feira (28), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Santa Catarina, coordenado pelo Ministério Público estadual (MPSC), apoiou o Gaeco do Ministério Público de São Paulo (MPSP) na deflagração da Operação Carbono. A ação tem como objetivo desarticular um esquema criminoso no setor de combustíveis que envolve fraudes bilionárias, adulteração de produtos e infiltração de facções criminosas.

A força-tarefa mobilizou cerca de 1.400 agentes de diferentes órgãos: Ministério Público de São Paulo, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Polícias Civil e Militar, Receita Federal, Secretaria da Fazenda de São Paulo, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Procuradoria-Geral do Estado paulista, por meio do GAERFIS.

Mandados de prisão, busca e apreensão, além de quebras de sigilo bancário e fiscal, foram cumpridos em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. No estado catarinense, três mandados de busca foram executados em Itajaí e Criciúma.

A investigação é um desdobramento da Operação Boyle, deflagrada em abril pela Polícia Federal em parceria com o MPSP, que apurou o uso irregular de metanol na adulteração de combustíveis. Segundo o Ministério Público paulista, a rede criminosa envolve mais de 350 pessoas físicas e jurídicas investigadas por crimes como adulteração, fraudes fiscais, estelionato, lavagem de dinheiro, crimes ambientais e contra a ordem econômica.

Um dos principais focos da fraude seria a importação irregular de metanol pelo Porto de Paranaguá (PR). O produto, inflamável e tóxico, não era destinado aos receptores indicados em nota fiscal, mas desviado para postos e distribuidoras, em transporte clandestino e sem segurança adequada. O esquema teria gerado lucros bilionários às organizações criminosas.

As investigações também apontam fraudes em mais de 300 postos de combustíveis, onde consumidores pagavam por volumes menores do que o registrado nas bombas (fraude quantitativa) ou recebiam combustível adulterado (fraude qualitativa). Além disso, donos de postos que venderam seus negócios relataram não ter recebido o valor acordado e afirmaram ter sido ameaçados de morte caso cobrassem os pagamentos.

O lucro obtido com os crimes teria sido ocultado por meio de empresas de fachada, fundos de investimento, distribuidoras, transportadoras e fintechs ligadas ao grupo, com movimentações financeiras realizadas de forma paralela e sem identificação de beneficiários. Parte dos recursos também teria financiado a compra de usinas sucroalcooleiras.

Além das medidas criminais, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (CIRA/SP) adotará providências para bloquear bens e recuperar o montante de tributos sonegados, estimado em R$ 7,6 bilhões.

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Gabriel JR

Repórter e radialista com 15 anos de experiência na área de comunicação