“Mais cruel do que o caso Richthofen”, diz delegado sobre jovem que matou o pai em SC

Foto: Redes sociais

Por: Luan Tamanini

02/02/2024 - 16:02 - Atualizada em: 02/04/2024 - 08:48

O caso do jovem que matou o pai a facadas e deixou a mãe gravemente ferida em Indaial, no Vale do Itajaí, vem sendo comparado com o assassinato do casal Marísia e Manfred Von Richthofen, mortos a mando da filha mais velha deles, Suzane Von Richthofen, em outubro de 2002.

Para o delegado responsável pelo caso, Filipe Martins, porém, o crime registrado na madrugada da última segunda-feira (29) em Indaial foi ainda mais cruel, pois o próprio filho foi um dos executores da ação criminosa.

A afirmação do delegado ocorreu durante entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (2) na Delegacia Regional de Blumenau. Confira abaixo:

O jovem de 18 anos preso nessa quinta-feira (1º). De acordo o delegado, o jovem confessou o crime e disse que atacou os pais com a ajuda de um amigo, também de 18 anos. Ele disse ainda que planejava o assassinato dos pais há pelo menos dois meses.

O jovem trabalhava na empresa dos pais e afirmou que decidiu matá-los pois era tratado como um “mero funcionário”, inclusive dentro de casa. Familiares ouvidos durante as investigações, porém, negaram a situação.

O crime foi registrado na madrugada de segunda-feira (29) na casa da família, localizada no bairro Estrada das Areias. Conforme as autoridades, o casal foi esfaqueado diversas vezes.

O homem, identificado como Márcio Elizeu Melo, de 45 anos, não resistiu e morreu no local. A mulher dele, de 39 anos, foi socorrida e hospitalizada em estado grave.

O filho não estava na residência e apareceu no local durante a madrugada, alegando que estava com um amigo – fato que levantou suspeitas contra ele.

Suspeitas e divergências

A Polícia Civil iniciou as investigações logo após o crime e constatou que nenhum bem da casa havia sido roubado na ação. Os investigadores descobriraram ainda que a residência não havia sido arrombada, e que os criminosos haviam invadido a casa por uma janela que estava aberta.

Diversas pessoas foram ouvidas durante os dias seguintes. Entre elas o filho do casal, que apresentou um álibi “duvidoso” e se contradisse diversas vezes.

Após levantar provas, o delegado responsável pelo caso representou pela prisão preventiva dos suspeitos. Detido, o jovem confessou o crime, assim como o amigo dele. Conforme o delegado, ele não manifestou estar arrependido.

Recompensa ao comparsa

Segundo as investigações, o filho teria oferecido R$ 50 mil e um veículo Chevrolet Montana ao amigo para que ele assassinasse os pais – mas disse que também gostaria de participar do assassinato dos dois.

O jovem desejava ainda vender a metalúrgica da família e usar o dinheiro para comprar uma chácara, onde os dois cultivariam drogas e as venderiam, divindo os lucros igualmente entre si.

Crime brutal

Conforme o delegado, imagens do sistema de monitoramento mostraram o jovem deixando a casa na noite de domingo (28) após os pais dormirem.

Ele retornou ao local durante a madrugada de segunda-feira, vestindo outras roupas, com uma camisa tapando seu rosto e na companhia do amigo.

Eles chegaram até a casa por meio de uma mata. Durante o percurso, o filho perdeu a faca que trazia para o crime. Desta forma, precisou ir até a cozinha para pegar outra faca – momento em que foi flagrado pelas câmeras de segurança. Um familiar que viu as imagens reconheceu o jovem pela forma em que ele caminhava.

Durante depoimento, o suspeito confessou o crime e disse que o objetivo era assassinar os pais enquanto eles dormiam. Ele seria responsável por matar o pai. Já o amigo mataria a mãe.

O crime, porém, não saiu como o planejado, pois Márcio acordou com o barulho e saiu do quarto para verificar o que estava acontecendo. Neste momento, o amigo do filho o esfaqueou no pescoço.

Mesmo ferido, Márcio entrou em luta corporal com o agressor. Neste momento, a mãe saiu do quarto e investiu contra o outro criminoso, sem saber que se tratava do seu filho. Frio, o jovem a esfaqueou de seis a sete vezes no tórax.

Após neutralizar Márcio, o amigo do filho ainda golpeia a mãe dele na região da têmpora. Acreditando que o casal estava morto, os criminosos fogem do local.

Conforme o delegado, o filho retornou para casa horas depois, quando as autoridades já estavam no local. Ele usava as mesmas roupas de quando deixou a casa durante a noite, e teria se assustado ao ser informado que a mãe havia sobrevivido ao crime.

Tais fatos foram determinantes para que os investigadores descobrisseem os autores do crime que chocou a região. Agora, a Polícia Civil tem um prazo de 30 dias para encerrar o inquérito policial e enviá-lo à Justiça.

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