Reportagem de Kamila Schneider para o jornal O Correio do Povo.
O ano mal começou e os pais já preparam o bolso – e a disposição – para as compras de materiais escolares. Com o aumento da carga tributária sobre alguns produtos, os itens da lista escolar devem ficar até 10% mais caros este ano, segundo estimativa da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abfiae). Em alguns lugares, entretanto, a alta nos preços atingiu patamares ainda maiores: São Paulo, por exemplo, teve aumento médio de quase 13%, o dobro da inflação acumulada entre dezembro de 2015 e novembro de 2016 (7%).
Em Santa Catarina ainda não existem estudos que mostre qual deve ser o impacto no bolso do consumidor, mas já é possível notar alguns itens mais caros nas prateleiras. É o caso dos cadernos, que este ano estão entre os vilões do orçamento – com o encarecimento de 22% no preço do papel, o valor dos cadernos, fichários e agendas deve ficar em média 15% mais alto. Prova disso é que em Jaraguá do Sul um caderno de dez matérias chega a custar R$ 38, dependendo da marca.
Além disso, os impostos sobre alguns produtos também ajudam a impulsionar os preços. Segundo uma pesquisa da consultoria BDO, divulgada na semana passada, em alguns itens o valor dos impostos ultrapassa os 60%. É o caso da régua, em que 62,34% do custo do produto são impostos. O percentual também surpreende em itens como a caneta (57,84%), a agenda escolar (54,8%) e o fichário (52,90%).
Na busca pelos melhores preços, o jaraguaense Ivonei Roberto Krause, de 39 anos, decidiu adiantar a compra do material escolar da filha Hadmila, de 10 anos. Na manhã de ontem (9), os dois aproveitaram a brecha na rotina para escolher os itens com calma em uma papelaria no centro da cidade. Segundo Ivonei, é preciso planejar os gastos com antecedência para que não haja nenhuma surpresa no orçamento familiar.
“Deu pra ver que teve um aumento, é algo que pesa nas contas. As listas são grandes, em alguns casos acho que as escolas poderiam pedir menos coisas, como as folhas sulfite, por exemplo, 400 folhas por aluno é bastante”, opina o pai. Para garantir o melhor preço possível, Ivonei sempre opta por pagar os materiais à vista, o que, segundo ele, pode render bons descontos. “É a melhor opção”, aconselha.
Lista custa em média R$ 120 reais para alunos da rede pública
Fato é que, este ano, os pais precisarão desembolsar em média R$ 120 para adquirir os itens básicos da lista de materiais da rede pública. Segundo pesquisa realizada pela equipe do OCP em uma papelaria do centro da cidade, a lista de material para alunos de 5º ano saiu por R$ 124,70, caso os pais optem por comprar apenas os itens mais baratos.
Entre os produtos que mais pesam no total estão o estojo (R$ 21,90), o bloco de 20 folhas A3 (R$ 9,50) e a caixa de lápis de cor grande (R$ 9,90). Os cadernos também ajudam a impulsionar o valor: cinco cadernos grandes de 96 folhas totalizam R$ 26 (R$ 5,20 por unidade). No caso das escolas particulares, a lista pode chegar a custar quase o dobro, R$ 230, segundo as informações repassadas pela equipe de vendas da loja.
Os pais que desejam incluir uma mochila na lista dos filhos terão que desembolsar pelo menos mais R$ 59,90, no caso dos modelos infantis, e R$ 81,90, se o modelo em questão for juvenil. Caso a criança insista em ganhar uma mochila de marca ou com algum personagem licenciado, é melhor preparar o bolso: dependendo do modelo, o preço destes itens pode ultrapassar os R$ 270.
Reduzindo os custos: