Laudos serão essenciais para entender a morte de Andreia e confirmar gravidez

De acordo com a análise final feita pelo médico-legal, a causa da morte foi asfixia mecânica | Foto Arquivo OCP News

Por: Claudio Costa

11/08/2018 - 05:08

Os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) serão decisivos para entender a morte de Andreia Campos Araújo, 28 anos. O órgão finalizou relatório na tarde de quinta-feira (9). De acordo com a análise final feita pelo médico-legal, a causa da morte foi asfixia mecânica.

O documento aponta que Marcelo Kroin, 38 anos, teria sufocado a companheira até a morte na madrugada do dia 5 de agosto. O laudo também aponta que haviam marcas de espancamento e um trauma no crânio da vítima, mas não detectou gravidez, o que exige novos exames.

A causa da morte vai contra a versão dada no depoimento de Marcelo. Ele afirmou para a Polícia Civil que havia dado um soco em Andreia. Depois, ela havia batido com a cabeça na parede e caído no chão.

Agora, cabe ao delegado Carlos Alberto Cilião Crippa confrontar as informações fornecidas pelo IGP com o que foi colhido durante as oitivas realizadas na confecção do inquérito policial.

Exames complementares do laudo cadavérico buscam responder, por exemplo, se Andreia estava realmente grávida de três meses, como foi informado, quando foi morta.

Apesar de a versão da jovem ter sido confirmada pela família, segundo o IGP, a necropsia feita no corpo não conseguiu detectar gravidez. O motivo pode ser o fato de a gestação estar ainda no início.

De acordo com a assessoria de imprensa do instituto, a análise do sangue da vítima será feita no laboratório do órgão em Florianópolis. No mês de dezembro do ano passado, ela também havia anunciado uma gravidez em sua página no Facebook.

MPSC também busca provas

O Ministério Público de Santa Catarina também busca colher provas sobre o feminicídio ocorrido no dia 5 de agosto. O MPSC pediu que os celulares de Andreia e Marcelo sejam analisados.

De acordo com promotor de Justiça, Márcio André Zattar Cota, chamou a atenção o fato do celular do suspeito ter recebido uma mensagem do celular da vítima em horário em que ela já estava morta.

A prática pode ter sido uma tentativa de enganar a polícia no inquérito, incorrendo numa tentativa de fraude processual, pois Marcelo colocou o corpo da mulher no veículo e dirigiu até Canoinhas, no Planalto Norte do Estado, com o intuito de desovar o corpo da companheira, mas se arrependeu e voltou para casa.

De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Geral de Perícias, ainda não há informações de quando a perícia nos dois celulares vai ficar pronta. Os dois aparelhos estavam com a Polícia Civil e foram enviados para o IGP em Joinville na tarde de quinta-feira.

O órgão afirma que o processo feito por meio de um software de varredura é demorado e que há muitos aparelhos na fila de espera. Apesar de o MPSC ter pedido que o laudo ficasse pronto em dez dias, não há pedido de urgência para a análise dos aparelhos telefônicos.

Além da troca de mensagens entre os telefones, há indícios de que Marcelo respondeu mensagens da irmã da vítima quando ela já estava morta. S

egundo a irmã de Andreia, a auxiliar de cozinha Marilei Araújo, 43 anos, outra irmã enviou uma mensagem pelo Whatsapp no domingo à tarde, quando a vítima já estava morta e havia recebido resposta de que estava tudo bem.

Quer receber as notícias no WhatsApp?