
Mãe
O promotor entendeu que a mãe não teve participação no crime. “Ela pode ter sido omissa, mas nada que caracterize crime, talvez ela tenha deixado a criança muito com o padrasto e não percebeu que ele torturava o bebê. Ao contrário do padrasto, que várias testemunhas afirmaram ter visto ele maltratando a criança, a mãe era cuidadosa”, declarou.
Prisão do padrasto
O suspeito foi preso pela Polícia Civil no dia 28 de maio. Conforme a delegada Milena de Fátima Rosa, o perito considerou que o bebê sofreu violência não apenas no momento da morte, mas em situações anteriores.
O homem continua no Presídio Regional de Jaraguá do Sul à disposição da Justiça.
Versões
Pela versão do homem, o menino morreu ao cair da cama para um colchão que estava no piso. A mãe disse que não viu o que aconteceu, que estava tomando banho na hora do fato.
"Ele disse que foi para a cozinha pegar um prato de comida e as crianças foram também. O bebezinho ficou em cima da cama e que nesse intervalo escutou um choro que logo parou. Quando ele foi ao quarto a criança estava de bruços em cima do colchão", contou.
O padrinho do bebê, apesar de não ter visto agressões, tinha suspeitas. "Ele (o bebê) tinha muito medo do padrasto. Quando ele estava brincando no chão e o padrasto chegava, ele corria, agarrava as pernas de alguém. Uma criança de 10 meses não pode ter esse tipo de medo", disse o padrinho.
Violência anterior à morte
Vários vizinhos testemunharam à polícia que a criança chorava muito durante a noite e uma testemunha afirmou ter presenciado o padrasto sacudindo o bebê na tarde do dia em que ele morreu.
"Os exames comprovaram a síndrome da criança sacudida. Então, ele foi sacudido várias vezes, o que levou a este traumatismo craniano. Uma testemunha falou que na tarde do dia em que a criança morreu viu o padrasto sacudi-la para que parasse de chorar. Então, a gente entendeu que ele é suspeito de praticar homicídio contra o bebê", afirmou a delegada.
Tentativa de socorro
Conforme a Polícia Civil, o bebê teve uma parada cardiorrespiratória em 5 de maio e um dos médicos que atendeu a criança contou à delegada que o bebê passou por duas reanimações. Uma por cerca de uma hora de atendimento, ainda na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e outra de cerca de meia hora no Hospital.
"Ela teve a segunda parada cardíaca enquanto passava por um procedimento de raio-X. Os pais falaram que ela teria caído, mas não havia fraturas. Ela foi encaminhada às pressas para a UTI, mas não resistiu por muito mais tempo", conta a delegada.
Texto: G1 SC