Jaraguá do Sul registrou dois homicídios em 2023, um a menos que em 2022. Os dois crimes ocorreram no mês de janeiro e os autores foram presos. O comandante do 14º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente-coronel João Kuze, ressalta que a comunidade faz parte desse resultado. O oficial destaca a importância da marca, mas acredita que é possível melhorar.
“Recebemos menções, reverências e prêmios sobre Jaraguá do Sul ser a cidade mais segura do país. Mas já temos o mais importante, que é o reconhecimento dado pela nossa comunidade. Para nós, o objetivo é que a criminalidade seja extirpada, que o índice criminal seja zero em qualquer segmento”, frisa.
“É óbvio que esse número de homicídios é pequeno para o tamanho da nossa cidade. Isso faz com que tenhamos convicção de que as estratégias de policiamento estão sendo assertivas. A comunidade tem colaborado com a PM de forma sistemática. A gente vê que essa parceria tem dado resultado, pois traçamos todas as estratégias.
Falta de efetivo
Kuze frisa que é possível que a ótima situação da segurança pública no município mude. O tenente-coronel relata que a tropa está preparada e equipada para enfrentar os criminosos, mas há falta de policiais militares no efetivo. Segundo ele, o número de PMs em Jaraguá do Sul é inferior ao que havia em 2002.
“Essa é uma preocupação muito grande. Existe uma série de esforços paralelos para mudar essa realidade, projetos estão tramitando no Comando-Geral da Polícia Militar junto com o governo do Estado para que essa situação seja equalizada. Isso acaba ensejando que eu peça paciência para a população no momento de aguardar o atendimento através do 190”, relata.
“Mesmo com índices como roubo e furto muito baixos, considerando o tamanho da nossa cidade, o nosso problema é o trânsito. As pessoas precisam saber que a cada acidente de trânsito em que a PM é chamada é uma hora e meia que a guarnição perde”, completa.
Os homicídios
O primeiro homicídio de 2023 aconteceu no dia 5 de janeiro, na rua Alvino Flor da Silva, bairro Jaraguá 84. Um homem, de 41 anos, esfaqueou a mãe, de 69, e o padrasto, de 45. Ambas as vítimas chegaram a ser encaminhadas em estado grave para o Hospital São José, mas o padrasto morreu ao dar entrada na unidade. O autor se entregou no Presídio Regional de Jaraguá do Sul e disse que premeditou o crime.
No dia 15 de janeiro, o segundo assassinato foi registrado na localidade de Tifa União. De acordo com a PM, Valdemiro Volz, de 63 anos, foi atingido por um disparo de arma de fogo. Eles almoçaram juntos e ingeriram bebida alcoólica na casa da vítima. Depois da discussão, eles trocaram agressões e foram separados por outras pessoas que estavam no local. O autor atirou contra o vizinho com uma arma de fogo.
Após saber da expedição do mandado de prisão, o assassino se entregou na Polícia Civil. Paulo de Paula Ciebre foi condenado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ele recebeu a pena de um ano de detenção em regime aberto.
“Esses crimes ocorreram em um contexto passional, em uma explosão de raiva e descontrole emocional. Os homicídios não têm relação com o crime organizado, mas, infelizmente, fazem parte da vida em sociedade. São crimes motivados pelo consumo de álcool, por uma ofensa ou uma discussão e pouco têm a ver com a atuação da polícia”, finaliza Kuze.