Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Jaraguá do Sul é um dos alvos de operação contra grupo neonazista articulado no país

Foto: Divulgação/MPSC

Por: Gabriel JR

31/10/2025 - 07:10 - Atualizada em: 31/10/2025 - 08:10

Jaraguá do Sul está entre as cidades catarinenses onde foram cumpridos mandados da Operação Nuremberg, deflagrada nesta sexta-feira (31) pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), por meio do CyberGAECO. A investigação mira a atuação de um dos maiores e mais organizados grupos neonazistas do Brasil, com ramificações em diversos estados.

A operação é resultado de um Procedimento Investigatório Criminal iniciado pela 40ª Promotoria de Justiça e posteriormente encaminhado à 39ª Promotoria de Justiça da Capital, após a criação da Vara Estadual de Organizações Criminosas. Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, expedidos pelas varas especializadas de Criciúma e da Capital.

Grupo é investigado por discurso de ódio e incitação à violência

De acordo com o Ministério Público, o objetivo é desmantelar um grupo que promove apologia ao nazismo, antissemitismo, discursos de ódio e que planejava atos violentos em diferentes regiões do país.

Além de Jaraguá do Sul, a operação ocorreu de forma simultânea em outras nove cidades: Cocal do Sul (SC), São Paulo (SP), Campinas (SP), Taboão da Serra (SP), Osasco (SP), São José dos Pinhais (PR), Curitiba (PR), Araucária (PR) e Aracaju (SE).

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos materiais de apologia ao nazismo, além de armas brancas, como facas e um soco inglês.

Foto: Divulgação/MPSC

Investigados atuavam com perfis falsos e encontros presenciais

As investigações revelaram que os integrantes mantinham encontros regulares para disseminar a ideologia extremista, planejar ações e promover o recrutamento de novos membros. Muitos deles atuavam também em ambientes virtuais, com perfis falsos em fóruns utilizados para a propagação de ideias supremacistas.

Segundo o Gaeco, a estrutura do grupo era hierarquizada e bem organizada. Os membros participavam de rituais de “batismo”, produziam camisetas exclusivas, pagavam mensalidades obrigatórias e mantinham uma rede interna de comunicação e financiamento.

O símbolo utilizado pela organização era o “Sol Negro”, emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia branca, com a imagem de um fuzil AK-47 ao centro — representação que, segundo o próprio grupo, simboliza a exaltação da violência como forma de imposição ideológica.

Desdobramentos

As investigações seguem sob sigilo e estão sob responsabilidade da Vara Estadual de Organizações Criminosas. Os materiais apreendidos serão analisados, e os envolvidos poderão responder por crimes de incitação ao ódio, organização criminosa e apologia ao nazismo, entre outros.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Gabriel JR

Repórter e radialista com 15 anos de experiência na área de comunicação