Introdução do jiu-jitsu na Polícia Civil completa 10 anos em Jaraguá do Sul

Foto: Fábio Junkes/OCP News

Por: Claudio Costa

06/07/2023 - 15:07 - Atualizada em: 07/07/2023 - 07:12

O jiu-jitsu é uma arte marcial genuinamente brasileira e conquistou o mundo. Em Jaraguá do Sul, a introdução do esporte na Polícia Civil completou 10 anos em 2023. Policiais civis realizam treinos no Clube de Tiro Parabellum Jaraguá e aperfeiçoam técnicas para o uso no cotidiano policial.

O agente Gilvan Ayroso participou do início da atividade entre os policiais civis e até hoje trabalha para a manutenção dos treinos com os colegas. Ele e o escrivão Darlan Alflen, ambos faixas-preta da arte marcial, comandam as aulas no tatame montado na área do estande de tiro localizado no prédio na rua Barão do Rio Branco, no Centro.

Foto: Fábio Junkes/OCP News

“Quando entrei na Polícia Civil, eu já praticava jiu-jitsu. Ao chegar em Jaraguá do Sul, eu treinei durante mais ou menos um ano com os policiais militares no 14º Batalhão. Em 2012, o agente Diogo Vargas, faixa-preta em jiu-jitsu, chegou na cidade. Como alguns policiais já treinavam, em 2013, fizemos a compra de um tatame e iniciamos os treinamentos para implementar a arte marcial dentro da atividade policial”, lembra.

Foto: Fábio Junkes/OCP News

O pequeno tatame ficava em uma sala no interior de uma delegacia. No início de 2023, o Clube de Tiro Parabellum Jaraguá fez um convite para iniciar uma parceria com os policiais civis. O espaço do estande é muito maior que o da sala e permitiu a entrada de mais agentes no projeto.

“Esse espaço acabou atendendo melhor a nossa necessidade. Após 10 anos, um projeto que começou com poucas pessoas, engloba 18 policiais civis e ainda conta com a participação de outros quatro policiais penais”, frisa Gilvan.

Foto: Fábio Junkes/OCP News

Darlan iniciou do zero a prática do jiu-jitsu no projeto e se tornou faixa preta dentro dele. Ele ressalta que a prática da arte marcial é importante para o trabalho como policial civil. Segundo o escrivão, os policiais civis sempre estão expostos ao perigo de um confronto desarmado e é necessário o uso de técnicas de imobilização.

Foto: Fábio Junkes/OCP News

“O uso da arma é bem limitado, é uma exceção e nem sempre quem vem pra cima da gente está armado. Então, é necessário que a gente tenha alguma forma de se proteger. O jiu-jitsu te ensina a abordar ou mesmo imobilizar e algemar algum criminoso com maior facilidade”, afirma Darlan.

Foto: Fábio Junkes/OCP News

“Só o fato de treinar jiu-jitsu, a pessoa tem uma boa noção de defesa pessoal. Porém, nas quintas-feiras, nós fazemos um treino sem quimono que condiz mais com a realidade. O quimono tem partes para agarrar e na rua a situação não é essa. Nós aprendemos a nos virar com o uso de roupas normais”, completa.

Gilvan (E) e Darlan realizam as aulas no Clube de Tiro Parabellum Jaraguá | Foto: Fábio Junkes/OCP News

Reforço na parceria

Gilvan destaca a importância da Parabellum Jaraguá para a continuação e expansão do projeto. O clube de tiro já disponibiliza o estande para o treino de tiro dos policiais civis que atuam na região. Agora, o estabelecimento coloca o seu espaço à disposição para que agentes, escrivães e delegados possam realizar as aulas da arte marcial.

O presidente do Clube de Tiro Parabellum e professor de direito penal da Católica de SC, Mario Cesar Felippi Filho, conta que o jiu-jitsu é considerada a melhor arte marcial para o uso no meio policial. Ele permite que o policial consiga facilmente imobilizar o bandido sem causar lesões contundentes com chutes ou socos.

“Os policiais civis já realizavam os treinos por conta própria e surgiu a necessidade de mudar o local de treinamento. Assim que tomei conhecimento dessa necessidade, eu acabei oferecendo o espaço em horários que o clube não funciona. O objetivo é incentivar a prática dessa atividade extremamente importante para os policiais. O mesmo acontece com o tiro, pois disponibilizamos as instalações do clube para treinos exclusivos dos agentes policiais. Eles precisam estar em constante contato com o instrumento de trabalho deles, que é a arma de fogo”, sintetiza Mário.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.