O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou Gilberto Ludvichak por homicídio com quatro qualificadoras (motivo torpe, dissimulação, para assegurar a impunidade de outro crime e feminicídio) em Guaramirim.
Gilberto matou Juliana Grasiela Pinheiro Wirth, de 40 anos, em maio deste ano. Segundo o MPSC, a ação penal pública foi ajuizada em 6 de junho de 2024 e recebida pela Justiça no mesmo dia.
De acordo com a peça acusatória, o crime aconteceu entre os dias 23 e 24 de maio de 2024 no bairro Nova Esperança. O réu atingiu a vítima com um golpe de faca na região do peito, causando sua morte.
O crime foi motivado pela suspeita de que Juliana, que morava de aluguel no local do homicídio, havia feito uma denúncia contra ele e sua ex-companheira por crimes contra a filha menor de idade.
O Gilberto, acreditando que a vítima havia comunicado os supostos crimes à autoridade policial, disse à ex-companheira que iria “fazer um negócio” e “acabar logo com esses problemas”.
Segundo o MPSC, ele foi até a residência da vítima e a matou. O ato criminoso foi praticado na presença do filho dela, uma criança de apenas dois anos com necessidades especiais.
Após o crime, ele retornou ao local da ação e filmou o corpo da mulher e a criança, que estava acordada ao lado do corpo e nitidamente assustada.
O promotor de Justiça Wesley da Silva salienta que “o homicídio foi praticado contra mulher por razões da condição de sexo feminino” e que “ele também teria se aproveitado da vulnerabilidade da vítima para a concretização de seu ato criminoso”.
Silva explicou que o recurso utilizado pelo denunciado, no mínimo, dificultou a defesa da vítima, pois entrou em sua residência inicialmente para conversar e, quando verificou que ela estava sozinha com o filho, a atingiu com um golpe de faca.
“Além do motivo torpe, o crime também foi cometido para assegurar a impunidade de outros delitos, já que acreditou que, assim, ela não poderia testemunhar sobre outros os fatos que envolvem violência de gênero, pelos quais está sendo investigado”, ressaltou.
Na acusação, a 1ª Promotoria de Justiça requer que o réu seja julgado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Guaramirim.