Homem que deu 19 facadas na ex-companheira é condenado por tentativa de feminicídio em SC

Foto: Cláudio Costa/OCP News

Por: Claudio Costa

02/07/2023 - 15:07 - Atualizada em: 02/07/2023 - 15:19

Um homem que quase matou a ex-companheira a facadas por não se conformar com o fim do relacionamento foi condenado pelo Tribunal do Júri da Comarca de Herval d’Oeste, a pedido do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

Ele cumprirá a pena de 14 anos, quatro meses e 24 dias de reclusão por tentativa de feminicídio, conforme prevê a Lei Maria da Penha.

A Promotora de Justiça Raquel Marramon da Silveira atuou da sessão do júri apresentando as provas do crime aos jurados e conduzindo a acusação contra o réu.

“A conduta foi gravíssima. O réu não consumou o homicídio apenas em razão da intervenção dos vizinhos, que acudiram a vítima. As marcas do crime ficarão para sempre no corpo e na vida dela, mas a condenação traz o conforto de que a justiça foi feita”, explica.

Segundo consta nos autos, a vítima e o réu terminaram o relacionamento conjugal, mas permaneceram morando na mesma casa, dormindo em quartos separados. Nesse contexto, ele a ameaçava de morte caso deixasse o lar, a perseguia e vigiava suas redes sociais.

No dia do crime, o réu entrou no quarto da vítima no meio da madrugada e a atacou quando ela e o filho de 10 anos estavam na cama. Mesmo atingida, ela conseguiu sair do local e correr em direção à rua, mas o homem a alcançou e continuou esfaqueando-a.

Vizinhos viram o que acontecia e enfrentaram o homem para salvá-la. Ela foi encaminhada para o hospital e sobreviveu graças ao atendimento prestado pela equipe médica. O réu fugiu, mas foi preso posteriormente.

O laudo apontou 19 facadas, que causaram lesões em várias partes do corpo. O ataque gerou marcas permanentes, reconhecidas na sentença.

“As consequências do crime extrapolam a normalidade. Aliás, os golpes desferidos pelo acusado atingiram a vítima em praticamente todo o corpo. Além disso, ela possui ‘deformidade permanente por cicatrizes inestéticas na face’, o que fará com que permaneça com uma marca que lhe conduza eternamente ao dia dos fatos”, escreveu o magistrado.

 

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, marketing digital e pós-graduando em inteligência artificial.