Herói: Funcionário de clínica interviu e deteve atirador em Cambé

Foto: Arquivo Pessoal

Por: Pedro Leal

20/06/2023 - 09:06 - Atualizada em: 20/06/2023 - 12:30

A ação foi rápida – apenas três minutos – e salvou vidas. Ao ouvir os disparos no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, o prestador de serviços Joel Oliveira, de 62 anos, saiu em disparada, colocando a própria vida em risco para salvar os alunos da instituição.

Ele chegava à clínica de fisioterapia onde trabalha quando ouviu os tiros que resultaram em duas mortes. Agindo de imediato, ele se identificou como policial e imobilizou o atirador com o pé até a chegada das viaturas.

Segundo Joel, o atirador havia colocado a arma em um banco no momento em que ele chegou – não se sabe se para recarregar ou se ele havia decidido parar naquele momento.

As informações são do Jornal O Globo.

“Eu ouvi barulhos de tiros e vi muita correria das pessoas saindo da escola. Uma funcionária da clínica tem um filho na escola e outros amigos meus também, então me coloquei no lugar deles. Confesso que na hora nem pensei, foi um instinto natural correr em direção a escola para tentar salvar mais alunos. Quando cheguei lá, vi o atirador e me identifiquei como policial. Ele parecia estar desarmado e se rendeu”, conta o prestador de serviços, que nunca fez treinamento de segurança para agir em casos de violência.

De acordo com Joel, ele acessou a escola pela entrada principal. Neste momento, o atirador estava fazendo disparos contra algumas vidraças. Ao virar em um dos corredores da instituição, o prestador de serviços se deparou com o atirador, que, segundo ele, já havia colocado a arma em cima de um banco.

Neste momento, afirma ter gritado “polícia, polícia” e o criminoso se rendeu de imediato.

A informação contradiz a versão dada pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior, na tarde desta segunda-feira. De acordo com o governador, quem teria conseguido imobilizar o ex-aluno foi um professor da escola, graças a um treinamento voltado para profissionais da rede estadual nos últimos meses.

Funcionário de uma clínica de fisioterapia há 10 anos, Joel diz estar ainda “em choque” e lamenta não ter chegado a tempo de salvar o casal de namorados Karoline Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16. A adolescente morreu no pátio da escola e o jovem encontra-se em estado grave no Hospital da Universidade Federal de Londrina.

O ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), aconteceu nesta segunda-feira (19), por volta de 9h.

O atirador, que era ex-aluno da escola, chegou à unidade de ensino dizendo que queria uma cópia de seu histórico escolar. Enquanto aguardava, teria pedido para ir ao banheiro, mas, na verdade, seguiu em direção o pátio para fazer os disparos. A arma estaria dentro de uma mochila. A PM também teria encontrado com ele uma machadinha, carregador, pistola e munição.

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros já ouviram alguns alunos. Na operação, um helicóptero do SAMU foi acionado para transferir a vítima para o hospital. O colégio estadual atende os ensinos fundamental e médio. Após o ataque, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias. As aulas da instituição foram suspensas.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).