Gerente de Fiscalização da Prefeitura de Blumenau é detido após cobrar propina

Foto Divulgação

Por: Felipe Elias

19/07/2019 - 23:07

Na tarde desta sexta-feira (19), um servidor comissionado da Prefeitura de Blumenau foi detido pela Polícia Civil por suspeita de extorsão em uma obra no bairro Fortaleza. Identificado como Carlos Alberto Gonçalves, ele atuava como gerente de Fiscalização Ambiental na Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema), desde março deste ano.

De acordo com informações divulgadas pelo delegado Lucas Gomes de Almeida, Gonçalves estaria cobrando um valor de R$ 3 mil de propina de pessoas responsáveis pela construção de casas geminadas na rua 25 de Agosto. Caso o pagamento não fosse feito, o fiscal prometia aplicar uma multa de R$ 15 mil.

Após negociarem o acordo, as vítimas relataram o caso à polícia, que planejou o flagrante. Quando o servidor chegou ao local, foi abordado e tentou fugir, sendo contido momentos depois.

Segundo o delegado, Gonçalves nega ter pedido propina. Ele afirma que recebeu uma denúncia de crime ambiental e estava averiguando a situação. Contudo, um áudio que já circula na internet mostra um diálogo do gerente com uma das vítimas. Nele, o fiscal estabelece um prazo para o pagamento.

“Não deixa anoitecer. Se não tiver até as 17h aquilo que a gente combinou, eu vou multá-los em R$ 15 mil. Vai sobrar. Vamos fazer o negócio certinho para a gente ser feliz”, ameaçou Gonçalves, na gravação.

Prefeitura age rápido e exonera servidor

Assim que teve ciência do caso, a Prefeitura de Blumenau anunciou a exoneração imediata do servidor. De acordo com comunicado oficial divulgado no início da noite desta sexta-feira, “se confirmado o ato criminoso, o servidor pode ainda ser punido com a proibição de assumir novamente um cargo público pelos próximos 10 anos”.

 

Confira a nota completa
“A respeito da prisão de um servidor da Fundação Municipal do Meio Ambiente, nesta sexta-feira, 19, a Prefeitura de Blumenau vem a público esclarecer que, apesar de ter sido detido como suspeito pelo crime de corrupção ativa, trata-se de um ato infracional e criminoso, o qual o município repudia e não compactua.

Dessa forma, a Prefeitura explica que, apesar de ser considerado suspeito, devido à gravidade do fato, o servidor em questão foi imediatamente exonerado e um processo administrativo será instaurado para apurar as possíveis irregularidades.

Se confirmado o ato criminoso, o servidor pode ainda ser punido com a proibição de assumir novamente um cargo público pelos próximos 10 anos. Recentemente, a medida foi aplicada a outros dois servidores, que comprovadamente cometeram irregularidades no uso das funções públicas.

Por fim, a Prefeitura reforça sua postura de transparência e disposição em colaborar com todas as demandas necessárias ao esclarecimento dos fatos e a responsabilização dos culpados.”

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