Garimpo Ilegal: Justiça manda soltar empresário de Alexandre Pires preso em ação da PF

Leo Lima / Reprodução Redes Sociais

Por: Pedro Leal

09/12/2023 - 07:12 - Atualizada em: 09/12/2023 - 07:48

O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) concedeu na noite desta sexta-feira (8) habeas corpus ao empresário do cantor Alexandre Pires, Matheus Possebon.

As informações são do Portal G1.

Possebon foi preso preventivamente pela Polícia Federal de Santos, no litoral de São Paulo, após desembarcar do cruzeiro temático do artista.

Ele é investigado junto com outros empresários e garimpeiros pela movimentação de cerca de R$ 250 milhões em transações de cassiterita. O minério, usado na produção de fungicidas, plásticos e tintas, teria sido extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami.

Na decisão, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso disse que existem “diversas situações fáticas que ainda merecem esclarecimentos” no que diz respeito à investigação.

Ela afirma que há “fragilidade” na comprovação de periculosidade e da possibilidade de reincidência dos detidos.

A Justiça impôs uma série de condições para que Possebon continue em liberdade.

  • Comparecimento periódico em juízo para informar e justificar suas atividades;
  • Comparecer a todos os atos do processo;
  • Comunicar qualquer alteração de endereço.

Caso o empresário descumpra qualquer uma das medidas, a prisão preventiva poderá ser novamente decretada.

A defesa de Matheus Possebon informou que “felizmente o erro foi corrigido”.

Segundo a PF, o esquema de “lavagem” da cassiterita envolvia declarar o minério como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), e supostamente transportado para Roraima para tratamento.

Cassiterita é um metal usado para produzir ligas como as folhas de flandres, utilizadas na fabricação de latas de alimentos, no acabamento de carros, na fabricação de vidros e até na tela dos celulares.

As investigações apontam que a dinâmica ocorreria apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima.

Em transações financeiras identificadas pela PF, havia a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.

A Operação foi deflagrada no dia 4 de dezembro. Foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em:

  • Boa Vista;
  • Mucajaí (RR);
  • São Paulo;
  • Santos (SP);
  • Santarém (PA);
  • Uberlândia (MG);
  • Itapema (SC).

Também foi determinado o sequestro de mais de R$ 130 millhões dos suspeitos.

A operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando foram apreendidas 30 toneladas de cassiterita extraída da Terra Indígena Yanomami. O minério estava no depósito da sede de uma empresa investigada e era preparado para remessa ao exterior.

As investigações seguem em andamento.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).