Gaeco desarticula três organizações criminosas suspeitas de fraudes cibernéticas em SC

Foto: MPSC/Divulgação

Por: Priscila Horvat

10/07/2024 - 09:07 - Atualizada em: 10/07/2024 - 09:49

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Na manhã desta quarta-feira (10/07), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), por meio do Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco), e a Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagraram, em conjunto, a Operação Mão Fantasma.

O nome da operação faz referência a uma das formas de atuação dos criminosos que, após receberem ligações das vítimas nas falsas centrais de atendimento, realizavam transferências de valores a partir dos próprios aparelhos das vítimas, sem que elas tivessem conhecimento ou expressassem consentimento em relação ao acesso indevido e criminoso aos seus dispositivos eletrônicos.

O objetivo da operação é desarticular três organizações criminosas de âmbito nacional especializadas em fraudes bancárias, especialmente na prática dos golpes conhecidos como “mão fantasma/acesso remoto” e “falsa central de atendimento”.

Estão sendo cumpridos 34 mandados de prisão preventiva e 73 mandados de busca e apreensão, nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará.

Entenda os casos

A primeira investigação começou no final de 2022, após o registro de diversos boletins de ocorrência que relatavam o furto de valores de contas bancárias por meio da instalação de aplicativos de gerenciamento remoto, o que permitia aos criminosos controlar os celulares das vítimas e realizar a transferência ilícita de valores.

O trabalho investigativo começou com a identificação dos principais números de telefone 0800 utilizados pelos grupos criminosos.

Esses telefones simulavam falsas centrais de atendimento de instituições financeiras.

Na sequência, foram identificados os suspeitos de operar essas falsas centrais e os demais integrantes dos grupos criminosos responsáveis por obter bases de dados de possíveis vítimas.

Eles também tinham como função disparar SMS falsos e criar contas correntes em nome de “laranjas” para recepcionar os valores obtidos de maneira ilegal.

Estima-se que os investigados tenham furtado, no período investigado, mais de R$ 5 milhões de reais de vítimas residentes em Santa Catarina.

As três organizações criminosas são possivelmente responsáveis por pelo menos 255 furtos e estelionatos, mediante fraude cibernética, apenas no estado de Santa Catarina, mas as investigações apontam que há possíveis vítimas em todo o país.

Ainda conforme as investigações, os grupos criminosos teriam possivelmente movimentado, nos últimos 10 anos, cerca de R$ 90 milhões em transações suspeitas.

Como funciona o golpe:

 

Além das prisões preventivas e buscas e apreensões, também foram deferidas medidas assecuratórias de natureza criminal, incluindo o bloqueio de bens, valores e criptoativos de 44 pessoas físicas e jurídicas e a apreensão e o registro de indisponibilidade e restrição de transferência de veículos de luxo.

As ações procuram proteger bens suficientes para dar início a processos de ressarcimento dos prejuízos experimentados pelas vítimas dos atos criminosos.

Auxiliam na execução das ordens judiciais as Polícia Civis dos estados de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Ceará e da Paraíba, bem como Gaeco e Ministério Público do estado da Bahia.

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