A Meta, dona de plataformas como Facebook e Instagram, foi alvo de duras críticas durante uma audiência no Senado dos Estados Unidos nesta quarta-feira (10). Sarah Wynn-Williams, ex-diretora de Política Pública Global da empresa, acusou a gigante tecnológica de explorar o estado emocional de adolescentes para impulsionar a venda de anúncios.
Segundo o depoimento, a Meta teria a capacidade de identificar sentimentos negativos em jovens usuários – como quando se sentiam “inúteis, desamparados ou fracassados” – e usava essas informações para beneficiar marcas parceiras.
“As marcas sabem que, quando alguém está se sentindo mal consigo mesmo, é o momento ideal para oferecer um produto, porque a chance de conversão é maior”, afirmou Wynn-Williams, de acordo com o site TechCrunch.
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Ela relatou ainda que ações aparentemente simples, como apagar uma selfie, podiam ser interpretadas pela plataforma como sinais de insegurança. “Essa simples ação seria usada como um gatilho para exibir anúncios de produtos de beleza, justamente por indicar que a adolescente não estava satisfeita com sua aparência”, explicou.
A Meta respondeu em nota oficial, classificando as declarações como “fora da realidade e repletas de alegações falsas”. A companhia alegou também que “não compartilha dados sensíveis com anunciantes” e reforçou que mantém “políticas rigorosas de proteção à privacidade de adolescentes”.
Além do depoimento, Wynn-Williams lançou recentemente o livro Careless People: A Cautionary Tale of Power, Greed, and Lost Idealism, em que revela bastidores da cultura corporativa da Meta e denuncia episódios de assédio vividos durante o período em que trabalhou na empresa.