Estudo estimula a ressocialização de detentos do Presídio Regional de Jaraguá do Sul

Foto: Fábio Junkes/OCP News

Por: Claudio Costa

05/04/2024 - 15:04

O estudo estimula a ressocialização dos detentos do Presídio Regional de Jaraguá do Sul. Ao todo, 139 presos estão na alfabetização, no ensino médio e cursos profissionalizantes na prisão. O número representa 22% do total dos 629 apenados que estão atualmente na unidade.

Segundo o diretor do presídio, Ricardo Ortiz, muitos dos presos chegam na cadeia sem terem pisado em uma sala de aula. Atualmente, existem 14 homens na alfabetização e esse número poderia ser maior caso houvesse mais espaço. Ortiz destaca que 42 detentos estão no ensino fundamental, 64 no ensino médio e outros 19 fazem curso profissionalizante de confeiteiro.

“Todo esse trabalho na educação acaba ajudando na ressocialização desses presos. Até pouco tempo tínhamos um preso do regime semiaberto na faculdade, mas ele acabou trancando a matrícula. Porém, qualquer preso do semiaberto pode fazer. Basta ele estar com o segundo grau completo e prestar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio. Depois, ele vai fazer o pedido de autorização via judicial. Não temos presos fazendo faculdade por falta de interesse”, conta Ortiz.

Além da educação na sala de aula, os presos aprendem lições de convívio social. Com a disciplina dentro da cadeia, eles passam a ter asseio, se vestir e a dividir o espaço coletivo.

“O diferencial de Jaraguá do Sul é a disciplina. Nisso entra todo o trabalho de limpeza, trabalho e educação. Os policiais penais cobram os procedimentos, o cabelo cortado, a roupa limpa e a cela organizada. Se for comparar com os sistemas prisionais de outros estados, o nosso é o que mais se parece com o de primeiro mundo”, frisa.

“Os presos sempre estão de cabeça baixa, em fila, com a mão para trás e de camiseta. É uma questão cultural. Com essas exigências, nós fazemos com que eles melhorem o comportamento. Muitos dos que chegam aqui estão morando embaixo da ponte e usando drogas. Ao contrário da rua, eles dormem durante a noite. De dia, eles trabalham, estudam e têm uma rotina mais parecida com a de uma pessoa normal”, completa o diretor.

Os presidiários também têm direito a remição de pena por leitura. Os 330 apenados recebem o livro e têm cerca de 20 dias para ler. Na presença de um professor, eles redigem uma resenha sobre a obra e são avaliados. Se for aprovada, o detento recebe um dia a menos na pena.