Estudantes da Católica criam projetos inovadores para o Meio Ambiente

Um dos maiores desafios de um profissional é colocar em prática as lições que aprendeu nas aulas da faculdade. Uma pesquisa feita pela Endeavor e pelo Sebrae, em 2014, revela que 58% dos universitários brasileiros pensam em empreender no futuro, mas a maioria não se prepara: apenas 14,1% dos pesquisados gastam tempo aprendendo a iniciar um novo negócio. Para mudar esta realidade, a Católica SC resolveu levar para dentro da sala de aula de administração o desafio de montar e gerir um negócio.

Pensando na preservação do meio ambiente e na saúde das pessoas, as acadêmicas Dérli Martinello, Karoline Koehler, Letícia dos Anjos e Priscila Balsanelli criaram a “Sprava – Soluções de Resíduos de Saúde”, empresa que atuaria no gerenciamento completo do lixo hospitalar em Jaraguá do Sul, incluindo coleta, transporte, tratamento e a destinação correta dos resíduos, atendendo em um formato que ainda não existe no município.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo grupo, a região de Jaraguá do Sul tem 239 estabelecimentos privados que geram lixo hospitalar, como três grandes hospitais, clínicas médicas, odontológicas e de estética, laboratórios, pet shops, ambulatórios de empresas, estúdios de tatuagem e piercing e farmácias.

O principal diferencial da empresa seria o treinamento dos funcionários dos estabelecimentos para separar o lixo corretamente. Karoline explica que existem vários tipos de resíduos hospitalares e a legislação determina que eles sejam classificados de acordo com a substância responsável pela contaminação. Assim, é possível saber com mais clareza quais materiais serão incinerados e o que será tratado para ser depositado no aterro.

“Constatamos que seria viável implantar na cidade uma empresa de gerenciamento de lixo hospitalar. Aplicamos 128 questionários presencialmente nos estabelecimentos e 98% dos entrevistados afirmaram que contratariam ou que talvez contratariam o serviço”, comenta.

A Sprava cobraria R$ 10,50 por quilo de lixo coletado e R$ 80,00 a taxa de coleta. O investimento inicial previsto para implantar a empresa seria de R$ 455 mil. O serviço contaria com uma equipe de oito funcionários.

Uma pesquisa realizada em pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), constatou que os municípios coletaram e destinaram 237,6 mil toneladas de resíduos de saúde, das quais 40% têm destino inadequado.

Locação de bicicletas elétricas contribui com a sustentabilidade

Aproveitando que as discussões sobre mobilidade estão em alta, as acadêmicas Andressa Heller, Andressa Tribess, Carine Mayer, Gabriela dos Santos e Sofia Cardoso realizaram um estudo sobre a possibilidade de uma empresa de locação de bicicletas elétricas em Jaraguá do Sul. A proposta ajudaria a evitar os engarrafamentos em horários de pico e a não poluir o meio ambiente.

A ideia seria instalar dois pontos de locação de bicicletas: no Centro, perto do Jaraguá do Sul Park Shopping, e na Barra do Rio Cerro, próximo ao Parque Malwee. Para saber se o negócio é viável, o grupo fez diversas pesquisas, incluindo a aplicação de um questionário coma participação de 415 pessoas, entrevistas com especialistas em mobilidade urbana, donos de lojas de bicicletas elétricas, além de motoristas e ciclistas.

E-bike 2 Pontos de locação de bicicletas elétricas ajudariam a evitar os engarrafamentos em horários de pico e a não poluir o meio ambiente

Como resultado, a equipe percebeu que a bicicleta está presente no cotidiano da população, mas que, culturalmente, as pessoas ainda têm por hábito se locomover de carro. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Jourdan em 2011 constatou que 4,76% dos jaraguaenses utilizava a bicicleta como meio de locomoção. Em 2012, um levantamento feito por acadêmicos da Católica SC apontou que o índice era de 11,40%.

A acadêmica Carine destaca que o uso da bicicleta poderia aumentar com a interligação dos espaços destinados ao ciclista entre o Centro e os bairros. Hoje, a cidade conta com 45,32 quilômetros de ciclofaixas e 5,86 quilômetros de ciclovias. “Elas atendem de forma total o centro da cidade, mas a falta de conexões com os bairros dificulta uma locomoção mais sustentável”, comenta.

Com a proposta de ser sustentável, a E-bike Jaraguá teria a estrutura formada por containers. O custo inicial de implantação seria de R$ 225 mil, incluindo 23 bicicletas. O valor do aluguel de uma bicicleta elétrica seria de R$ 24 por uma hora, R$ 48 por duas horas e R$ 60 para o dia todo.

“O interessante é que 45,8% dos entrevistados disseram que locariam a bicicleta para diversão e lazer. Dessa forma, percebemos que, mesmo Jaraguá do Sul não tendo foco turístico, as pessoas gostariam de aproveitar as bikes para esta finalidade”, avalia Carine.