Um jovem de 24 anos foi salvo por policiais militares durante uma tentativa de suicídio em Jaraguá do Sul.
Yvens Lucas Felix Farias deu uma entrevista exclusiva para a reportagem do OCP e contou como ocorreu o caso que ganhou grande repercussão na cidade.
Ele voltou ao local onde tentou contra a própria vida durante esta semana e ficou emocionado.
A ordem de despejo por não pagar parte de um mês de aluguel em um quitinete no bairro Vila Lalau foi a gota d’água para Yvens.
Foto: Fábio Junkes/OCP News
Ele se viu sem saída e com dificuldades para manter a casa com a mulher e um filho de cinco anos e acabou tomando a decisão drástica e desesperada de se jogar da ponte Olavo Marquardt, no Centro.
A ocorrência foi registrada na noite de quarta-feira (13). Às 19h52, a guarnição formada pelo cabo Odair Garbila e o soldado Michel Olívio Tesser Buzolin foi chamada pela Central Regional de Emergências.
Foto: Fábio Junkes/OCP News
Em um ato de bravura, eles conseguiram agarrar Yvens e evitar o pior.
“Aconteceu tudo muto rápido. Eu passei pela ponte e estava pensando nos problemas. Eu grudei na ponte e iria pular, mas eles chegaram muito rápido. Esses policiais foram heróis. Eu quero agradecer de coração ao 14º Batalhão. Se não fosse eles, eu tinha me jogado. Se ele não tivesse apertado a minha mão, não sei o que seria de mim. Ele apertou a minha mão e me puxou”, conta Yvens, que conta que, por pouco, todos não caíram da estrutura.
O rapaz conta que é natural do Rio de Janeiro, mas mora há muitos anos em Jaraguá do Sul.
No início do ano, por causa da pandemia, acabou sendo demitido de uma fábrica de embalagens de papelão.
Foto: Fábio Junkes/OCP News
Ele passou a vender orelhas de gato e entregar panfletos para sobreviver. Conforme os meses passaram, ocorreram mais percalços na vida da família de Yvens.
As dificuldades de pagar o aluguel foram aumentando e, muitas vezes, ele precisou escolher entre comprar comida para o filho e quitar a dívida com a dona da quitinete onde mora com a família.
Neste momento, a família não tem gás na residência e não consegue comprar a recarga do botijão. A solução que encontrou foi tentar vender o vasilhame e uma geladeira para tentar pagar a dívida.
Foto: Fábio Junkes/OCP News
Como estava empregado na primeira rodada do auxílio emergencial ano passado, Yvens não conseguiu ajuda governamental e está na fila de espera da assistência social.
Recentemente, a companheira dele, de 22 anos, conseguiu um emprego, mas a situação está complicada.
“Há uma semana, dona da quitinete foi cobrar a parte do aluguel na frente da minha sogra, da minha mulher e do meu filho. Então, ela me deu a ordem de despejo. Eu me senti envergonhado. Eu trabalho como panfleteiro, mas comecei a trabalhar agora. Quando eu recebo, tenho que decidir entre pagar o aluguel e comprar comida para o meu filho. Isso a dona não quer entender”, lamenta.
Agora sem um local para morar, com o filho pequeno e a mulher, Yvens pede a ajuda da comunidade.
Mais que ajuda para encontrar um novo lar, ele conta que precisa de um emprego para ter dignidade.
“Eu não consigo serviço registrado de vendedor e passo muita dificuldade com a família. Emprego tem, mas eles exigem muita coisa e a pessoa só precisa de uma oportunidade. Muitas vezes, eles não dão valor pra quem precisa de uma oportunidade, só para quem tem faculdade ou um curso. Eu preciso de uma oportunidade, preciso de uma ajuda”, finaliza.
Yvens pode ser contatado pelo telefone (47) 9 9161-4070. Doações também podem ser feitas através da chave Pix (CPF) 152.060.537-40.
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Você está com problemas emocionais e não sabe com quem conversar? Os voluntários do CVV (Centro de Valorização da Vida) estão prontos para te ajudar 24 horas por dia.
Você pode entrar em contato com o serviço através do número 188.
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