Uma equipe da Secretaria de Estado da Defesa Civil esteve em Guaramirim, na manhã desta sexta-feira (22), para analisar o desmoronamento ocorrido na Vila Freitas e a área de risco identificada no Morro do Schmidt, ambos às margens da SC-108.
Os especialistas em solo vindos de Florianópolis têm como objetivo confeccionar um relatório com as possíveis causas do incidente que destruiu dez casas no início da semana e também produzir documento com recomendações e ações para a Defesa Civil do município.
Após percorrerem as duas localidades, eles realizaram um voo sobre a área com o helicóptero Águia 1, da 2ª Companhia do Batalhão de Aviação da Polícia Militar. Também foram realizados voos com drone para uma análise aérea mais detalhada.
A geógrafa e engenheira agrônoma Laís Bernardino explica que as áreas percorridas têm casas construídas de forma desordenada. Para dar mais espaço aos terrenos, os taludes foram cortados de forma vertical e sem nenhum acompanhamento técnico.
“Em muitos locais há solo exposto, a parte erosiva é muito grande. Isso tudo interfere negativamente nessa situação toda. Também há uma vegetação secundária de grande porte e que está muito inclinada, essa é uma indicação de que há um movimento de massa por baixo disso tudo”, afirma a geógrafa.
Deslizamento rotacional
A erosão na pista da SC-108 avançou cerca de um metro. De longe, é possível ver um enorme tubo do sistema de drenagem da rodovia. O duto estava entupido e a infiltração da água causada pela falta de escoamento pode ser uma das causas do colapso do morro.
Durante a inspeção foi detectada uma grande umidade nas encostas, outro fator que contribuiu para o incidente. Além dos talvegues nas encostas dos terrenos, foi verificado que o nível do lençol freático está alto, o que acelerou o processo de deslizamento rotacional.
“É uma espécie de movimento em arco. Ele transporta o material de cima, mas levanta na porção mais abaixo. Você percebe que os carros atingidos foram todos levantados, isso mostra que o movimento foi rotacional”, explica o geólogo da Defesa Civil, Humberto Alves da Silva.
Área inspira cuidados
Humberto afirma que a área acima e abaixo da rodovia ainda inspira cuidados. Moradores relataram aos técnicos que estão sentindo os abalos das explosões da pedreira localizada perto daquela comunidade.
As informações colhidas serão cruzadas com dados demográficos e do S2 ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres).
“Tudo isso vai servir para a gente tecer recomendações e oferecer ao município de Guaramirim ações imediatas, de médio e longo prazo para preservar vidas acima de tudo, além das ações estruturais para estabilização dessa área, para que não haja novos deslizamentos e preserve a rodovia”, finaliza o geólogo.
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