Um empresário de Criciúma, cuja identidade foi mantida sob as iniciais C.B.C, tornou-se réu como mandante de um homicídio quase quatro anos após o crime. O juiz Miguel Carpi Nejar, do município de Dois Irmãos (RS), aceitou a denúncia contra o empresário catarinense e dois supostos comparsas, encaminhando-os para julgamento. O caso envolve o assassinato de Adélcio Haubert, ex-vice-prefeito de Santa Maria do Herval (RS), e tem como alegação principal uma motivação financeira.
Haubert, proprietário do frigorífico Boa Vista, vendeu a empresa para o empresário catarinense C.B.C em maio de 2018. O frigorífico, em recuperação judicial, foi adquirido por uma oferta de R$ 10 milhões, parcelados, com a promessa de quitar todas as dívidas e financiamentos existentes. No entanto, o comprador não cumpriu com o pagamento nem honrou as obrigações financeiras, levando a empresa a uma queda ainda maior na produção.
As cobranças frequentes de Haubert, pessoalmente no frigorífico, irritaram o comprador, de acordo com a denúncia do Ministério Público. Alega-se que C.B.C ordenou o assassinato do credor, delegando a tarefa a dois funcionários de confiança.
O empresário catarinense, conhecido por se apresentar como sócio de cantores sertanejos e ostentar empreendimentos com artistas na Grande Florianópolis, é descrito como adquirindo várias empresas em recuperação judicial nos últimos anos, com o frigorífico da vítima sendo apenas uma delas.
O frigorífico de Haubert, que parou de funcionar cerca de dois anos após a compra, permanece fechado, enquanto a maioria das empresas adquiridas pelo acusado está localizada em Santa Catarina, além de algumas no Paraná e em São Paulo. O suposto mandante é residente de Criciúma e possui endereço em área nobre de Florianópolis.