Detran-SC suspende registro das quatro autoescolas acusadas de envolvimento no esquema de propina em Jaraguá do Sul

Foto: Divulgação

Por: Claudio Costa

10/12/2018 - 22:12 - Atualizada em: 10/12/2018 - 22:25

As quatro autoescolas acusadas de pagamento de propina para o policial civil e examinador de trânsito Jonas Bonifácio de Souza em Jaraguá do Sul foram suspensas pelo Departamento de Trânsito de Santa Catarina (Detran-SC). A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (10).

De acordo com a portaria assinada pelo diretor do Detran-SC, Francisco Wollinger Neto, as autoescolas Sinal Verde, Lessmann, Piloto e Marquardt, foram suspensas “afim de resguardar o interesse público e de evitar que os credenciados causem maiores prejuízos aos usuários e à sociedade”.

O Jonas, preso temporariamente no Presídio Regional de Jaraguá do Sul, também foi suspenso pelo Detran-SC. Ele é acusado de cobrar R$ 5 de cada aluno que fez o teste prático de direção. As autoescolas são acusadas de fraudar o teste prático de diversas formas, inclusive no teste de baliza, uma das manobras obrigatórias.

MPSC apresenta denúncia 

O Ministério Público de Santa Catarina ofereceu denúncia contra sete pessoas envolvidas no esquema montado em Jaraguá do Sul. O promotor Márcio Cota argumenta que Jonas e outros seis denunciados, proprietários de quatro autoescolas, organizaram um esquema para a prática de crimes contra a Administração Pública. São apontados os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e advocacia administrativa.

O promotor não descarta a denúncia de outros centros de formação de condutores. “Essa é só a primeira parte. Vamos ouvir essas pessoas e novas denúncias devem ocorrer. Tenho a convicção de que muitos outros centros de formação estão envolvidos e serão citados, talvez até todos, vamos investigar”, afirmou Cota.

A organização criminosa funcionava da seguinte forma: os sócios dos centros de formação, unidos por meio da Associação dos Centros de Formação de Condutores da Microrregião do Vale do Itapocu, realizavam reuniões para definir o valor da vantagem a ser oferecida ao examinador de trânsito. Em média, desembolsavam R$ 5 para cada exame prático.