Defesa Civil identifica nova área de risco no Morro do Schmidt, em Guaramirim

Foto Arquivo OCP News

Por: Claudio Costa

21/02/2019 - 12:02 - Atualizada em: 21/02/2019 - 15:55

Na última terça-feira (19), o coordenador regional da Defesa Civil, Osvaldo Gonçalves, fez um voo de reconhecimento com o helicóptero Águia 1, da 2ª Companhia do Batalhão de Aviação da Polícia Militar, na área atingida pelo desmoronamento que destruiu 10 casas em Guaramirim.

Na ação, foram visualizadas cerca de 50 casas em uma área também classificada como de risco, localizada no “Morro do Schmidt”, no outro lado da SC-108. Essas residências não podiam ser visualizadas por terra e já são motivo de preocupação.

Uma equipe de geólogos da Defesa Civil de Santa Catarina foi chamada até Guaramirim para verificar a situação do morro que desmoronou na Vila Freitas.

O coordenador regional destaca que os geólogos também vão percorrer essa nova área de risco e que a desocupação das residências ali instaladas não está descartada.

“Como houve um desmoronamento na parte central desses dois morros, a gente sabe que mexeu com a estrutura. Já há indícios primários de deslocamento do morro, árvores que estão pendentes”, destaca.

A previsão é de que os especialistas, que estão divididos em duas ocorrências na Serra do Rio do Rastro e em Joaçaba, comecem a análise do local nesta quinta-feira (21). “Se eles não estiverem aqui amanhã (quinta), virão no dia subsequente”, afirma Gonçalves.

O coordenador regional conta que a necessidade da análise foi definida como urgente na Secretaria de Estado da Defesa Civil.

Através do estudo do solo feito pelos geólogos no morro, será definido o plano de ação na Vila Freitas, como a recuperação do trecho da SC-108, o decreto de situação de emergência, que ainda não foi deferido pelo Governo do Estado, e até a recuperação da área isolada após o desmoronamento.

“Nós não queremos fazer uma gambiarra naquele local, apressar o processo. O local ainda está em processo de deslizamento, não assentou ainda, não estabilizou, é um terreno instável”, avalia.

Conforme destacou, esse estudo vai dar um norte dos projetos que deverão ser executados naquela área.

“Se aquela área for classificada como de risco eminente, nós vamos retirar todas aquelas pessoas e isolar o local. Vamos fazer uma recuperação, mas não para que seja novamente habitada”, complementa.

Recuperação da SC-108

Gonçalves explica que o desmoronamento na Vila Freitas foi causado por uma série de fatores. O tráfego de veículos pesados sobre a pista de rolamento da SC-108, a grande quantidade de chuva que caiu antes de ocorrer o evento, a contenção de uma nascente, que causou uma infiltração na área, e a interferência na base do morro foram fatores que podem ter contribuído para o desbarrancamento que arrasou dez casas.

“Estamos trabalhando com essas causas e futuramente com a análise dos geólogos. Com isso, nós vamos definir como será a recuperação da rodovia. A gente já tem uma ideia de que será uma coisa bem volumosa. A ideia é remeter isso tudo para a federação para a recuperação da SC-108 e também da área que foi afetada pelo desmoronamento”, conta, ao ressaltar que não haverá a recuperação de residências no local.

Novas moradias para os desabrigados

Cerca de 45 pessoas estão desalojadas após o evento na Vila Freitas. Parte delas está na casa de parentes e outra parte está no abrigo montado pela Prefeitura.

Segundo Osvaldo, é preciso realocar essas famílias. Uma das alternativas é o aluguel social, com teto máximo de R$ 700 para pagar uma moradia temporária em outro local do município. Porém, essa é uma solução temporária para o problema.

“Eu não estou prometendo nada, mas nós estamos trabalhando para trazer os recursos para resolver o problema dessas famílias. Já estamos estudando a possibilidade de trazer kits de residências que a própria Secretaria de Estado da Defesa Civil fornece. Em contrapartida, o município vai ter que oferecer uma área segura para que sejam implantadas essas casas”, afirma.

Prefeitura realiza cadastro

Nesta quarta-feira (20), a Prefeitura de Guaramirim abriu o cadastramento para os moradores que tiveram suas casas afetadas pelas chuvas no início da semana.

Elas devem procurar a Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação para realizar o cadastro.

A medida também é necessária para que seja dada a sequência na liberação do aluguel-social para as famílias que têm direito.

A Prefeitura reitera que o cadastro é essencial para que as pessoas possam pleitear a liberação do FGTS e demais necessidades junto aos órgãos competentes.

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação fica na rua Irineu Vilela Veiga, número 222 – no andar acima da Biblioteca Municipal.

Mais informações podem ser obtidas através dos telefones (47) 3373-3396 ou (47) 3373-0166.

 

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