Jaraguá do Sul não registrou feminicídios até o fim do mês de outubro deste ano. O índice está na contramão do que ocorre em Santa Catarina.
Até o dia 21 deste mês, o Estado registrou 44 homicídios com essa qualificadora, dois a mais do que foi anotado em todo o ano de 2018.
O comandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Márcio Leandro Reisdorfer, destaca o trabalho feito pela Rede Catarina e uma campanha desenvolvida em parceria com a Acijs (Associação Empresarial de Jaraguá do Sul) como alguns dos fatores para o índice positivo.
Reisdorfer lembra que no ano passado foram registrados seis homicídios, quatro deles relacionados com a violência doméstica.
Dois deles foram feminicídios e outros dois foram homicídios cometidos pelas companheiras das vítimas. Ele ressalta que a violência doméstica é uma questão cultural.
“Nós precisávamos de uma campanha que mostrasse para as pessoas o problema do feminicídio e da violência doméstica. Por mais efetivo e equipamento que a PM tenha, não podemos entrar na casa das pessoas. Além de outdoors espalhados pela cidade, a Acijs realiza palestras para os funcionários dentro das empresas”, comenta.
Outro passo importante para a diminuição do número de feminicídios em Jaraguá do Sul foi o reforço na Rede Catarina.
O programa criado em setembro do ano passado conta com dois policiais fixos. Desde o fim de 2018, policiais militares mulheres também foram capacitadas para dar apoio ao programa.
Violência doméstica em alta
O delegado regional Fabiano dos Santos Silveira destaca que grande parte da movimentação criminal na cidade tem como motivação a violência doméstica.
Junto com os crimes de trânsito, os inquéritos e flagrantes registrado em Jaraguá do Sul somam cerca 60% das ocorrências.
Delegado regional reforçou equipe de investigação da Delegacia da Mulher | Foto: Fábio Junkes/OCP News
Apesar de Jaraguá do Sul estar na contramão do restante do Estado no número de feminicídios, ele afirma que muitos casos não acabam por terminar de forma trágica por pura sorte.
O delegado diz que as polícias Civil e Militar trabalham duro para garantir a segurança das mulheres nos lares.
“Apesar de Jaraguá estar na contramão, isso não nos tira a responsabilidade de dar uma atenção para esse problema. A equipe da Delegacia da Mulher foi reforçada com um agente. No mês de agosto deslocamos um agente para a DPCAMI e isso deu celeridade para as investigações”, ressalta.
Na próxima semana, o OCP vai trazer um levantamento sobre os números referentes à violência contra a mulher no município, englobando ameaçadas, agressões, abusos, entre outros.
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