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Conquistando os céus brasileiros

Por: OCP News Jaraguá do Sul

17/02/2016 - 09:02 - Atualizada em: 17/02/2016 - 09:48

Foto: Divulgação

A aviação já está no sangue da família. O tio Claus Kilian Hardt e, agora, o irmão Murilo, fazem parte da Força Aérea Brasileira, mas Betina Rauh foi a primeira mulher pomerodense a ingressar na instituição.

E os títulos inéditos se estendem também a nível nacional. Pela primeira vez, duas mulheres do Esquadrão Pantera pilotaram o helicóptero H-60L BlackHawk. E Betina, 2º Tenente Aviadora, já fez história junto com a 1º Tenente Aviadora Nathalie, ao participar do vôo.

A pomerodense, de apenas 23 anos, atualmente mora em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde serve na Base Aérea de Santa Maria, no Esquadrão Pantera. “Cheguei aqui em Santa Maria no início de 2015, e em três meses de adaptação ao Blackhawk me tornei piloto básico desta aeronave. Atualmente, tenho instruções de vôo diárias para me tornar comandante de aeronave. Dessa maneira subo mais um degrau para alcançar meu atual objetivo: ser instrutora de H-60L Blackhawk”, explica.

Tudo começou com o concurso para Academia da Força Aérea (AFA), o que inclui prova teórica, teste físico, psicológico e psicotécnico. “Fiz essas etapas no fim de 2009, ano em que concluí o ensino médio no Colégio Sinodal Doutor Blumenau, em Pomerode. Aprovada em todas essas fases, adentrei na AFA, em Pirassununga – SP, onde passei quatro anos como Cadete Aviadora. Foi uma época de muito estudo, atividade física e instruções de vôo”, conta.

Após quatro anos, no fim de 2013, Betina foi declarada Aspirante a Oficial Aviador e transferida para Natal, no Rio Grande do Norte, onde passou um ano de adaptação a aviação de Asas Rotativas (helicópteros). “Findada minha adaptação e especializada na pilotagem de helicópteros, fui transferida para a Base Aérea de Santa Maria, onde minha história na Força Aérea Brasileira continua.”, revela.

Declarada piloto básico de BlackHawk, Betina realiza vôos como segundo piloto da aeronave. “O vôo realizado com a Ten. Av. Nathalie, que foi o primeiro com pilotos mulheres no Esquadrão, foi um vôo de instrução de tripulantes, o qual visa o treinamento e adaptação de mecânicos de vôo e de operadores de equipamentos especiais. Nesse vôo em questão, realizamos o treinamento simulado de resgate na água, no qual são içados homens de resgate e vítima, de local predeterminado. Esse tipo de treinamento visa preparar a tripulação para resgates como os realizados em enchentes e desastres naturais, como os de 2008, na nossa região do Vale do Itajaí, que teve larga participação do Esquadrão Pantera”, esclarece.

E mais que realizar um feito inédito no Esquadrão, as aviadoras quebraram um dos maiores tabus da humanidade. “Esse vôo com duas pilotos mulheres é mais um exemplo que as mulheres são capazes de fazer o que os homens fazem e que a igualdade de gêneros é um assunto que deve ser debatido e incentivado, de modo que não existam mais preconceitos nesse sentido”, frisa.

Para Betina, estar na FAB e pilotar um dos melhores helicópteros do mundo é motivo de muito orgulho. “Quando entrei para a Força Aérea, já sabia que gostaria de ser piloto de helicópteros, e esse era o meu sonho na época. Com a graça de Deus, consegui realizar esse sonho e hoje piloto um dos melhores helicópteros do mundo, que por sua versatilidade é muito utilizado por diversos países, inclusive os EUA. Com ele, já foram realizadas diversas missões, como resgate de pessoas na enchente do Espírito Santo, no fim de 2013, transporte de feridos da Boate Kiss para hospitais em Porto Alegre, missão Gota no Acre (apoio a instituições de saúde para vacinação de comunidades ribeirinhas), busca e resgate de vítimas de acidentes aéreos, entre outros. Participar desse tipo de missão me deixa imensamente orgulhosa da minha Força Aérea, e me deixa cada vez mais realizada com minha profissão. Tenho muito orgulho de ser brasileira, e de pertencer à Força Aérea Brasileira (FAB)”, finaliza.

Texto: Jornal de Pomerode

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Publicação da Rede OCP de Comunicação