Comphaan vai decidir futuro do prédio que pegou fogo em Jaraguá do Sul

Por: OCP News Jaraguá do Sul

14/11/2017 - 11:11 - Atualizada em: 15/11/2017 - 15:46

Uma reunião do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Cultural, Arqueológico, Artístico e Natural (Comphaan) no dia 22 de novembro vai decidir o destino do prédio do Hotel Dassi, na esquina da avenida Marechal Deodoro da Fonseca com a rua Expedicionário Cabo Harry Hadlich, no Centro, em Jaraguá do Sul. Na segunda-feira (13), a equipe do jornal O Correio do Povo flagrou rachaduras na estrutura que pegou fogo em março deste ano.

Segundo o engenheiro do Setor de Patrimônio da Prefeitura de Jaraguá do Sul, Carlos Baratto, parte do imóvel ficou comprometida porque as recomendações para manter a segurança das paredes não foram cumpridas pelos donos do imóvel tombado pelo patrimônio histórico municipal. O prédio da década de 40 foi construído em estilo art déco e abrigou o antigo Hotel Cruzeiro. No mês de outubro, uma audiência com representantes da Prefeitura, os advogados dos donos da edificação e o Ministério Público foi feita no Fórum.

Incêndio destrói prédio no Centro, em Jaraguá do Sul

“Foi definido, por sugestão do Ministério Público, uma reavaliação no grau de tombamento do prédio. Outra sugestão foi a preservação das paredes externas, mas que pudesse ser feita uma nova construção por dentro, com técnicas e materiais mais modernos”, comenta Baratto, ao observar que o prédio de quartos pequenos pode ficar com um grande salão e que o antigo piso de madeira pode ser substituído por concreto armado, por exemplo. “Desse modo, haveria um enquadramento nos padrões atuais na parte interna e a parte da volumetria deverá ser mantida. Essa sugestão foi aprovada por todas as partes envolvidas”, completa.

Baratto afirma que o prédio está atualmente no nível 2 de preservação. A classificação permite algumas adequações internas para novos usos, desde que não altere drasticamente as características originais. Como o prédio tem 80 anos, ele tem entrepisos de madeira e divisões pequenas porque sempre foi um hotel.

Com a sugestão do Ministério público, a intenção é rebaixar o nível para a classificação 3, em que intervenções podem ser feitas na estrutura e há apenas a necessidade de manter a fachada. “O estilo art decó tem uma série de elementos característicos, como faixas, molduras e detalhes que devem ser mantidos”, ressalta o engenheiro.

Ação para segurança

A Prefeitura entrou com uma ação na Justiça que os donos do imóvel façam intervenções para manter a estabilidade e a segurança no local até que seja definido o destino do prédio. “Se houver uma solução com técnicas de construção modernas, nós apoiamos. O Setor de Patrimônio quer que isso seja feita da melhor maneira possível, desde que seja tecnicamente viável”, reflete Baratto.

Há uma outra questão que precisa ser deliberada e definida. De acordo com o engenheiro, o prédio pode ser demolido ou reformado. “Há uma questão de entendimento e que precisa ser discutida pelo Comphaan. Os advogados que representam a família dona do prédio querem que tudo seja demolido para o prédio ser reconstruído conforme o desenho original. Pelo registro da audiência, a gente entende que as paredes seriam mantidas. Algumas partes da fachada da rua Cabo Harry Hadlich precisariam de intervenções. A estrutura seria rebaixada, intervenções seriam feitas. A gente chama isso de desconstrução. Pelo prédio ser tombado, a parte externa deveria ser mantida, principalmente a fachada que dá para a avenida Marechal Deodoro da Fonseca”, ressalta.