CONTROLE NO DESPERDÍCIO DE ÁGUA: Jaraguá do Sul entra na briga para virar referência nacional

Por: OCP News Jaraguá do Sul

09/02/2016 - 12:02

Um dos principais indicadores de eficiência da operação dos sistemas de abastecimento de água é o índice de perdas. O cenário brasileiro de perdas de água no setor de saneamento é bastante problemático. A média brasileira de perdas de água é de aproximadamente 40% (incluindo perdas reais e aparentes), mas em algumas empresas de saneamento essas perdas superam 60%. O elevado índice de perdas de água reduz o faturamento das empresas e, consequentemente, sua capacidade de investir e obter financiamentos.

A “perda de água física” ou “real” acontece quando o volume de água disponibilizado no sistema de distribuição pelas operadoras de água não é utilizado pelos clientes, sendo desperdiçado antes de chegar às unidades de consumo.

Os principais fatores que contribuem para aumento do índice de perdas são: vazamentos visíveis e invisíveis, imprecisão dos hidrômetros e fraudes.

Em Jaraguá do Sul, o índice de perdas em 2012 era de 42%. Desde janeiro de 2013 o Samae intensificou o Programa de Combate e Controle das Perdas (PCCP), mas ainda assim são de 34% as perdas no sistema de abastecimento. O presidente do Samae, Ademir Izidoro, diz que se o PCCP não estivesse instalado, o índice já estaria em 53%. As ações do Programa já geraram uma economia de volume não desperdiçado de 5.930.152 m³ em quatro anos.

Importante citar que mesmo com a cidade crescendo e a população aumentando o Samae já está produzindo menos água que em 2012, graças ao trabalho desenvolvido pela equipe da Coordenação de Controle de Perdas.
A redução de volume se dá principalmente com a redução de pressão no sistema de abastecimento com a instalação de VRPs (Válvulas Redutoras de Pressão) e a pesquisa de vazamentos não visíveis.

O trabalho realizado pelo Samae de Jaraguá do Sul é referência no Estado de SC, onde foi convidado inúmeras vezes para ministrar palestras em vários eventos nos últimos e, recentemente foi convidado para fazer parte da câmara técnica de controle de perdas na ABES/SC (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária) que será o Fórum de discussão mais importante deste tema no estado de SC.

A autarquia vem atuando em várias frentes para reduzir ainda mais os números “Nas perdas consideradas não aparentes, que são aquelas causadas pela submedição dos hidrômetros e ligações clandestinas, a autarquia está trocando todos os hidrômetros que possuem mais de 7 anos de uso”, explica Izidoro. Ele lembra que o Samae já efetuou a troca de aproximadamente cinco mil hidrômetros.

A previsão é que em dois anos, a empresa tenha um parque de hidrômetros modernos, com equipamentos que fiquem com tempo de uso entre 5 a 7 anos. Outro ponto importante nas perdas do sistema são as ligações clandestinas. Nessa, o Samae vai intensificar a fiscalização nas vistorias que já são realizadas em campo.

Objetivo da autarquia é chegar ao índice de 25%

O presidente Ademir Izidoro explica que para as perdas aparentes, que são aquelas ocasionadas por vazamentos na rede, ou no ramal de ligação, utiliza-se a metodologia de setorização que consiste em analisar o comportamento hidráulico do setor, monitorando as vazões noturnas e assim, identificar rapidamente os vazamentos. O Samae já implantou equipamentos para setorizar 30% do seu sistema de abastecimento. Estes equipamentos serão colocados na telemetria e serão monitorados pelo Centro e Controle Operacional 24 horas (CCO) e em tempo real. Além disso, equipe do Samae realiza pesquisa de vazamentos noturnos com equipamentos modernos de última geração, por meio da escuta. De acordo com Izidoro, “o Samae de Jaraguá do Sul está entre as principais companhias públicas do Estado, e seu índice de perdas está abaixo da média nacional. O desafio é diminuir este índice para 25%. Tenho certeza, que mesmo sendo uma empresa pública, o Serviço tem todas as condições, com a ajuda de seu corpo técnico, a chegar nos índices de uma empresa privada”.

As principais metas do Samae para redução do desperdício são as troca de redes, aquisição de equipamentos e veículos, renovação do parque de hidrômetros e pesquisa de vazamentos. Nos últimos anos, cerca de R$ 1 milhão foram investidos. Izidoro destaca ainda que existem outros projetos para captação de recursos e investimentos no setor, que somam aproximadamente R$ 8 milhões.