No Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires, unidade de Jaraguá do Sul, ações simples do cotidiano escolar fazem parte de uma proposta pedagógica mais ampla: ensinar cidadania, respeito e senso de coletividade. Uma das práticas que mais chama atenção é a participação dos próprios alunos na limpeza das salas de aula e de outros ambientes da escola.
A atividade, que circulou recentemente nas redes sociais em vídeos e imagens, não é novidade para quem vive a rotina escolar. De acordo com o comandante da unidade, major Antonio Benda da Rocha, trata-se de uma prática institucionalizada em todos os colégios policiais militares de Santa Catarina e em unidades similares pelo Brasil.
“É uma rotina prevista em nosso regimento interno e no projeto político-pedagógico da escola. Os alunos são orientados e organizados em escalas diárias para zelar pelo ambiente em que estudam. Não é castigo, é formação de caráter e senso de pertencimento”, afirma o comandante.
Como funciona a rotina?
A cada dia, três alunos por turma são responsáveis pela organização e limpeza básica da sala de aula, como varrer o chão, limpar as mesas e alinhar carteiras. Além disso, em cada banheiro também há três estudantes encarregados da substituição de sacos de lixo e da manutenção do espaço, sempre com o uso de equipamentos de proteção, como luvas.
Apesar da atuação dos estudantes, o colégio também conta com profissionais de limpeza que complementam os cuidados com o ambiente.
“Antes de irem para casa, os alunos envolvidos no dia cumprem essa tarefa. É uma forma de entenderem, na prática, o esforço necessário para manter um espaço limpo, organizado e acolhedor. Isso contribui diretamente para um ambiente de aprendizagem mais saudável”, reforça o major Benda.
Uma lição para a vida
O comandante destaca que a proposta vai além da higiene: trata-se de um processo de formação de valores, que prepara os estudantes para a vida adulta, seja no mercado de trabalho ou dentro de casa.
“Eles entendem que as coisas não acontecem por mágica. Se você quer um ambiente limpo, precisa agir. Isso ajuda a desenvolver autonomia, respeito pelo trabalho do outro e consciência coletiva”, explica.
Participação de todos
Atualmente, a unidade conta com 140 alunos matriculados, número que deve aumentar para 210 estudantes no próximo ano letivo. Com a expansão até o ensino médio, a previsão é atingir, futuramente, um total de 490 alunos.
Segundo o major Benda, a iniciativa é bem recebida pelas famílias e faz parte da proposta pedagógica da escola. “A comunidade escolar compreende o valor educativo dessa prática. Não se trata de punir, mas de ensinar que cuidar do espaço onde se estuda é um dever compartilhado.”
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