Classe empresarial e lideranças políticas pedem aumento do número de policiais em Jaraguá do Sul

Foto: Fábio Junkes/OCP News

Por: Elisângela Pezzutti

02/03/2024 - 06:03

A segurança pública tem sido um tema bastante discutido por lideranças empresariais e políticas de Jaraguá do Sul e a falta de agentes para o policiamento ostensivo e atendimento de ocorrências vem se agravando nos últimos anos.

A presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs) e do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul (Cejas), Ana Clara Franzner Chiodini, reitera o posicionamento do setor produtivo de que o aumento de efetivo policial é uma das necessidades do município e região.

A empresária defende uma ampla mobilização de todos os setores da sociedade e destaca que o tema segurança pública é pauta permanente da Acijs, que requer atenção para que a cidade mantenha indicadores que nos últimos anos têm sido positivos.

“É um tema que sempre teve a atenção da entidade, no pilar da representatividade da classe empresarial junto à comunidade, com o objetivo de contribuir para que Jaraguá do Sul mantenha os bons indicadores como uma cidade totalmente segura, porque esta é uma condição de qualidade e premissa para manter o bem-estar de toda a população”, afirma Ana Clara.

As situações envolvendo ocorrências mais graves têm preocupado as lideranças, principalmente quanto à defasagem do quadro policial. “Como entidade, temos trabalhado em projetos que possam resolver, ou pelo menos amenizar, parte deste problema. Mesmo sabendo que em termos de tecnologia e equipamentos a cidade tem avançado até com destaque em relação a outras regiões, sabemos que a falta de mão de obra compromete qualquer esforço no uso destes recursos”, diz.

Empresária Ana Clara Franzner Chiodini defende uma ampla mobilização de todos os setores da sociedade e destaca que o tema segurança pública é pauta permanente da Acijs | Foto: Divulgação

Ana Clara observa, ainda, que sem pessoas totalmente preparadas, a tecnologia nem sempre dá os resultados esperados e, mesmo com a qualidade dos serviços das forças de segurança e o esforço do comando e do contingente, ela não substitui totalmente o trabalho profissional. “É necessário aliar o meio tecnológico com pessoal preparado que, juntamente com o maior efetivo possa atender as demandas da cidade e da região, seja na prevenção como na investigação e no policiamento ostensivo”, completa.

“A exemplo de outras áreas, a segurança pública precisa ser pensada por todas as instâncias que trabalham para que Jaraguá do Sul e o Vale do Itapocu mantenham os bons índices, como lugar tranquilo, com qualidade de vida e bem-estar”, finaliza a empresária.

Antídio Lunelli também defende revisão das leis

Para o deputado estadual Antídio Lunelli, uma revisão das leis é essencial para garantir mais segurança à sociedade e combater a impunidade. “Temos um exemplo recente de como nosso sistema é falho. O criminoso que estuprou covardemente uma mulher em Jaraguá do Sul no último dia 19 de fevereiro havia sido preso em janeiro por roubo. Mas foi solto em seguida porque a Justiça considerou que ele não representava risco. É mais um crime que poderia ter sido evitado. O bandido havia assaltado uma mulher, que trabalhava como Uber, e não representava risco? Isso é absurdo”, argumenta.

O ex-prefeito de Jaraguá do Sul cita ainda que, constantemente, a cidade está no topo do ranking das mais seguras do Brasil, mas ressalta que a defasagem no número de policias tem crescido ano após ano em todos os municípios da região, comprometendo o excelente serviço prestado pelas corporações.

Lunelli salienta que há bastante tempo o efetivo policial na região é bem menor que o ideal | Foto: Arquivo OCP

Em um levantamento apresentado ao governo do Estado em dezembro passado, Lunelli cita a necessidade de nomeação de oito agentes de polícia, dois escrivães, um perito criminal, três agentes criminalistas, dois agentes de medicina legal e mais dois médicos para a 15ª Delegacia Regional de Jaraguá do Sul. Para o 14º Batalhão de Polícia Militar, a necessidade apontada é de 56 policiais militares para Jaraguá do Sul, 23 policiais para Guaramirim, um policial para Schroeder e um policial para Massaranduba.

“Esse não é um problema novo, convivemos há bastante tempo com um efetivo bem menor do que o ideal e, mesmo assim, as nossas forças de segurança fazem um excelente trabalho, mas chegamos no ponto em que não é mais possível ter a população crescendo e o número de policiais diminuindo”, diz o deputado.

Dr. Caropreso afirma que policiais estão no limite operacional

O deputado estadual Dr.Vicente Caropreso afirma que Jaraguá do Sul é um exemplo para Santa Catarina e que o sucesso atual das estatísticas de combate ao crime é fruto do apoio massivo da comunidade e, sobretudo, do incansável esforço dos bravos policiais que estão na linha de frente na batalha contra a criminalidade. “No entanto, estamos no limite operacional, com policiais acumulando jornadas de trabalho devido à falta de efetivo. Precisamos com urgência que esse problema seja resolvido. Não se pode colocar em risco o sistema de segurança que produz bons resultados”, ressalta.

Audiência com o comandante da PM

“Estou reiteradamente pressionando o governo estadual nesse sentido e, na próxima semana, teremos uma audiência com o comandante da Polícia Militar para tratar novamente desse assunto”, informa Caropreso. De acordo com o parlamentar, o Estado abriu concurso público para novos policiais militares e a intenção do deputado é que uma parcela desse novo contingente seja destinada ao Comando Regional de Polícia Militar (12º CRPM) e ao Batalhão de Jaraguá do Sul.

Dr. Vicente cita que a defasagem no número de policiais tem aumentado e que isso precisa ser discutido | Foto: Arquivo OCP News

O deputado destaca que, ao mesmo tempo em que a região de Jaraguá do Sul segue com crescimento expressivo de população, o 14º Batalhão da Polícia Militar de Jaraguá do Sul observa uma redução drástica no seu efetivo.

“Em 2022, com forte pressão política conduzida pelo meu mandato, conseguimos alocar 18 novos policiais para o batalhão, mas esse número não foi suficiente para suprir a defasagem, a qual continua aumentando devido a aposentadorias, afastamentos por motivos de saúde, entre outros. Há inclusive a situação de policiais que estão sendo cedidos para outras áreas da administração estadual, algo que precisa ser discutido”, salienta Dr. Caropreso.

Arte: Bruna Schneider

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Elisângela Pezzutti

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.