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Cinco acusados de um dos crimes mais macabros de SC no banco dos réus

Por: OCP News Jaraguá do Sul

07/08/2017 - 17:08 - Atualizada em: 08/08/2017 - 10:14

Cinco dos sete acusados de terem planejado e executado um dos crimes mais macabros registrados pela polícia catarinense estão sendo submetidos a júri popular que iniciou nesta segunda-feira (7), em Joinville. Eles são apontados como os responsáveis por terem tramado e executado o assassinato e a decapitação do adolescente Israel Melo Júnior, conhecido como Juninho Nézo, 16 anos, cuja cabeça foi encontrada em uma mochila no início da noite de 2 de fevereiro do ano passado no bairro Jardim Paraíso, na zona Norte da cidade.

Além da brutalidade da decapitação, o crime ganhou maior repercussão ainda pelo fato de, horas depois da cabeça ser encontrada, os assassinos terem espalhado nas redes sociais um vídeo mostrando o momento em que a cabeça era separada do corpo a golpes de machado. A motivação teria sido uma guerra entre facções criminosas, onde a vítima foi escolhida aleatoriamente em uma agenda telefônica e atraída para a cena do crime com um convite para uma festa.

Os sete envolvidos – há testemunhas da facção que os mesmos integram que garantem existir muito mais envolvidos – foram denunciados por sete crimes: cárcere privado, homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, tortura e dissimulação, destruição de cadáver, ocultação de cadáver, vilipêndio e formação de quadrilha. Até hoje, o corpo da vítima não foi encontrado e os acusados nunca assumiram o crime.

Por questões de segurança, nem a família da vítima poderá assistir ao julgamento, que ocorre a portas fechadas, por determinação do juiz Valter Santin Júnior, e cujo resultado deve ser divulgado somente nesta quarta-feira (9). Um forte aparato policial foi montado dentro e no entorno do Fórum de Joinville. Estão no banco dos réus, Leonardo Felipe Bastos, 19 anos; Luciano da Silva Costa, 23; Henrique Alexandre Guimarães, 21, Jonathan Luis Carneiro, 21 e Thomaz Anderson Rodrigues, 18.

Um dos réus, Carlos Alexandre de Melo, o Neguinho, de 28 anos, o último a ser preso, em 31 de agosto, teve o julgamento desmembrado, pois a defensoria solicitou um exame de sanidade que não foi realizado em tempo. O sétimo réu, Valter Carlos Mendes, 34 anos, será julgado separadamente, pois, segundo o Fórum da Comarca de Joinville, havia recorrido.

Pela manhã, apenas uma testemunha, o delegado Wanderson Joana, que conduziu a investigação, foi ouvido. Um dos advogados dos acusados disse que é difícil tanto para a defesa quanto para a promotoria conduzir o caso. Guilherme Luís Lutz Morelli responde pela promotoria. Na defesa, estão os defensores públicos Vinicius Manuel Ignácio Garcia e Fernanda Aparecida Silva de Menezes e os advogados James José da Silva e Antônio Luiz Lavarda.

Nas imagens da decapitação, homens aparecem mascarados (Foto: Reprodução)

As imagens da decapitação mostram os assassinos mascarados |Foto Reprodução Redes Sociais

Como foi o caso

– Duas pessoas próximas a Israel Melo Júnior foram sequestradas e mantidas em cativeiro por 24 horas, sem comida e água. Os envolvidos no crime utilizaram os celulares das vítimas para enviar uma mensagem para o adolescente convidando-o para uma suposta festa no bairro Ulysses Guimarães, zona Sul de Joinville, local onde as vítimas eram mantidas em cárcere.

– Assim que Juninho chegou ao local, foi capturado e após longa negociação as duas pessoas, que também seriam executadas, foram liberadas. Isso porque uma delas era conhecida de um dos assassinos.

– O adolescente foi mantido em poder do grupo que passou a torturá-lo por quase 24 horas, segundo laudo do IGP (Instituto Geral de Perícias).

– Juninho foi morto e o corpo levado a uma pequena ilha em uma região de mangue próxima ao local que serviu como cativeiro. Nesta ilha, já morto, foi decapitado e a ação gravada e divulgada na internet em uma edição ao som de um funk que diz “aprende a respeitar o homem….”

– Os criminosos colocaram a cabeça em uma sacola e a transportaram até o Jardim Paraíso, zona Norte de Joinville. Ela foi encontrada no início da noite de terça-feira (2) na esquina da Estrada Timbé com a rua Titan.

– No dia 5 de abril ocorreram as duas primeiras prisões: Leonardo Felipe Bastos e Luciano da Silva Costa foram detidos.

– No dia 13 de abril, a polícia apresentou outros suspeitos: Jonathan Luiz Carneiro, Henrique Alexandre Guimarães e Valter Carlos Mendes. (Neste mesmo dia, a polícia apresentou novamente Luciano da Silva Costa. Ele havia sido preso no local apontado como palco da morte de Juninho com um rádio usado para interceptar a frequência utilizada pela PM).

– No dia 4 de maio, Thomaz Anderson Rodrigues foi detido ao visitar a mãe, internada no PA Norte, e apresentado pela Polícia Civil.

– No dia 10 de maio, as equipes de investigação da Delegacia de Homicídios realizaram buscas na região de mangue apontada como local da decapitação de Juninho. A polícia identificou o local exato da decapitação e encontrou materiais utilizados, como machado, lençol, toalha, sapato preto, mochila com cal.

– No dia 11 de maio, em novas buscas no mesmo local, a polícia encontrou a luva cirúrgica utilizada no crime. O corpo até hoje não foi encontrado.

– No dia 20 de maio, a polícia encerrou e encaminhou o inquérito ao Ministério Público.

– No dia 31 de agosto, Carlos Alexandre de Melo foi preso pela equipe da Delegacia de Homicídios na zona Norte de Joinville. Ele era o último acusado de sequestrar, torturar, matar e decapitar Juninho.

– No dia 4 de outubro, a primeira audiência foi realizada e ouviu duas testemunhas protegidas do caso.

– No dia 5 de outubro, a juíza deu sequência e realizou a segunda audiência também com o objetivo de ouvir testemunhas protegidas.

– No dia 18 de outubro, a terceira audiência do caso foi realizada no Fórum de Joinville. Entre as sete testemunhas de acusação, a equipe da Delegacia de Homicídios, que participou da investigação do caso foi ouvida.

– Nova audiência foi realizada no dia 28 de novembro, onde testemunhas de defesa e réus foram ouvidos pela Justiça.

* Com colaboração de Adrieli Evarini

 

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Publicação da Rede OCP de Comunicação