Caso Kenefer: Júri histórico que condenou assassino de menina completa dez anos

Por: OCP News Criciúma

29/11/2021 - 19:11 - Atualizada em: 29/11/2021 - 19:31

Há exatos dez anos, o réu de um dos crimes mais brutais registrados em Criciúma era condenado pelo Tribunal do Júri.

Era fim de tarde de 29 de novembro de 2011 quando Diego do Nascimento Burin, hoje com 34 anos, recebeu a sentença de 38 anos e oito meses de prisão pelo estupro de vulnerável e homicídio triplamente qualificado da menina Kenefer Maria de Jesus Guimarães, na época com apenas sete anos.

Vítima tinha apenas sete anos


Diego está recluso na Penitenciária Industrial de São Cristóvão do Sul.
Pela rejeição da massa carcerária da Penitenciária Sul, onde aguardou o julgamento, foi transferido, por medidas de segurança, ao sistema prisional da região Serrana.

Segundo seu processo judicial de Execução Penal, lá trabalha e estuda e tem comportamento considerado “bom”, o que pode ajudar a levá-lo, daqui a no máximo dois anos, ao regime semiaberto.

Capas dos principais jornais de Criciúma na época, hoje, ambos extintos


O crime

Por volta das 18h daquele 1º de maio de 2010, a criança foi sequestrada, abusada sexualmente em um campo de futebol, perto de casa, no bairro Floresta 2, asfixiada até a morte e ainda teve o corpo pendurado pelo pescoço com a própria calça em um alambrado.

Local do crime


O autor, e confesso, o que é raríssimo nesses casos envolvendo abuso sexual, conforme policiais, e até então acima de qualquer suspeita, foi Diego, filho de uma vizinha da família Jesus Guimarães.

Retrato falado chegou a ser produzido


Era casado, sem antecedentes criminais, trabalhava há sete anos no mesmo local e pai de um menino, à época quase que da mesma idade de sua vítima, o qual, costumeiramente, brincava com ela.

Prisão

Diego foi preso exatos 81 dias após o crime, no local de trabalho, uma carbonífera, desmascarado por um inquestionável exame de DNA, resultado de uma mobilização incessante, e sob pressão, da Polícia Civil, à época, sob o comando do delegado Vitor Bianco Júnior, hoje delegado regional.


À polícia, Diego disse que agiu sob o efeito de drogas. No depoimento afirmou que teria ingerido bebida alcoólica e usado cocaína momentos antes, na festa da empresa.

Ao se deslocar para casa da mãe, parou de moto onde a menina brincava com amiguinhos, sequestrou-a, sob a justificativa de que a mãe da menina a procurava, e levou Kenefer para o local do crime.

Jornal da Manhã

 

O júri

Familiares, de ambos os lados, imprensa, comunidade, estudantes de Direito e servidores da segurança pública assistiram a oito horas de júri popular à espera do desfecho do caso, ao menos, na esfera judicial.

Para organizar e evitar tumulto, senhas chegaram a ser distribuídas. O réu permaneceu todo o tempo de cabeça baixa, sem esboçar reação.

Momento da sentença/Foto: Arquivo Jornal A Tribuna


Na acusação, os promotores Alex Sandro Teixeira da Cruz e Ricardo Figueiredo Coelho Leal, ambos
ainda atuantes no Ministério Público em Criciúma.

Na defesa, o advogado Carlos Rodolpho Pinto Glavam da Luz, o segundo defensor a conduzir o caso. Ele tentou recorrer da decisão em todos os graus, sob argumento jurídico de que a pena foi exacerbada para um réu primário, mas sem sucesso.