Uma perícia foi feita no apartamento onde morava a menina Luna Victorique Zebatiero Carlota, de 5 anos, que morreu após cair de uma das janelas do 4º andar do prédio, na noite da última sexta-feira (8), em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina.
A perícia constatou que não havia telas de proteção para evitar acidentes e os laudos oficiais devem ser entregues à polícia nos próximos dias.
O delegado da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami), Éder Matte, afirmou que nenhuma das duas janelas tinha a proteção adequada.
“Na janela do quarto havia uma tela fina para mosquitos e na sala não havia nem essa”, disse.
A mãe da criança, de 30 anos, e o padrasto, de 21, prestaram depoimento duas vezes na segunda (11) e terça-feira (12), pois apresentaram contradições de horários e outros detalhes nos depoimentos.
O casal pode ser ouvido novamente nos próximos dias, assim como o pai da criança, que mora na Irlanda.
Após questionados sobre a falta de proteção no apartamento, os dois foram sucintos, segundo o delegado.
“Eles disseram que foi por falta de dinheiro para comprar e colocar”, completou.
Luna morava com a mãe há cinco meses, pois antes vivia com a família paterna.
O delegado presume que não existiu participação de outras pessoas na tragédia e está convicto que houve omissão dos responsáveis nos cuidados com a criança.
A investigação aponta que a criança ficou sozinha por cerca de 15 minutos enquanto os pais estavam no mercado comprando alimentos.
“Houve negligência, tenho certeza, tendo em vista que o apartamento era no quarto andar, não havia tela de proteção e ela teria ficado sozinha por alguns minutos”, disse.

Foto: Willian Ricardo/ Divulgação
Segundo o delegado, uma vizinha observou pela sobra da luz projetada em uma parede ao lado que a menina estava pulando no sofá próximo da janela. Minutos depois, conforme o relato, avistou a menina em pé no parapeito antes de despencar direto no chão a uma altura de quase 12 metros.
“Ela relatou que pensou em gritar pedindo para a menina sair da janela, mas não fez isso por medo dela se assustar e cair. Naquele momento ficou sem reação e viu a menina caindo”, detalhou.
A polícia está coletando imagens de câmeras de monitoramento das ruas e também do estabelecimento onde os responsáveis estiveram para confirmar as informações relatadas nos depoimentos.
O inquérito deve ser concluído em 15 dias.