Guaramirim conta com um novo espaço para o acolhimento de vítimas de violência doméstica. A Casa da Mulher foi instalada em um novo endereço no Centro, nas proximidades da Delegacia da Comarca de Guaramirim. O projeto coordenado pelo pastor Rudi Sano está na primeira fase de reestruturação. No local, as mulheres poderão aguardar o deferimento de medidas protetivas, terão acesso a Internet, atendimento psicológico, assessoria jurídica, espaço kids e alimentação, além de acesso a toda rede de apoio.
“Nós fazemos esse trabalho de acolhimento desde 2019. A ideia desse espaço é dar um atendimento humanizado e servir de porta de entrada para o atendimento de violência doméstica. Em Guaramirim, não temos um espaço próprio para o atendimento dessas vítimas. Então, criamos esse espaço do lado da delegacia para ajudar essas pessoas”, explica.
“Muitas vezes, elas recebem o atendimento na delegacia, mas precisam esperar o deferimento da medida protetiva pelo judiciário, verificar se o agressor foi preso e voltar para casa em segurança. Nesse espaço, ela pode fazer, por exemplo, o encaminhamento de uma ação para garantir a guarda das crianças”, destaca.

Foto: Fábio Junkes/OCP News
Por enquanto, o serviço de acomodação das vítimas está suspenso. Porém, o plano é construir uma nova estrutura para dar um local digno para as mulheres recomeçarem as suas vidas. Segundo Rudi, o projeto já está na Prefeitura aguardando o alvará de construção.
“A nossa expectativa é de que até o meio do ano os alojamentos e a cozinha já estejam prontos. Hoje, o nosso atendimento é externo, mas o objetivo é voltar a dar esse abrigo para mulheres que estejam em situação de vulnerabilidade por conta da violência doméstica”, explica, ao ressaltar que doações podem ser feitas através do telefone (47) 9 8498-0784.
Representantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Judiciário e do Ministério Público estiveram presentes na inauguração do espaço, na semana passada. A juíza Giovana Maria Caron Bosio Machado destaca a importância desse tipo de iniciativa para a garantia dos direitos das mulheres.
“Não tem como mensurar a importância de uma iniciativa como essa. Toda comarca deveria ter uma casa como essa, porque a mulher que sofre violência doméstica não enxerga uma saída para aquela situação. Ela não tem com quem contar, não tem familiares próximos e não tem recursos, porque depende financeiramente do homem. E essa subjugação por cona da questão financeira acaba acarretando aumento da violência. Uma mulher que fica calada diante da violência acaba ficando prisioneira. Uma casa como essa liberta a mulher”, frisa.